Trabalhar embarcado significa atuar em plataformas de petróleo ou navios de apoio no mar, em regime de revezamento — geralmente 14 dias de trabalho embarcado por 14 dias de descanso em terra. Essa rotina, conhecida como “quinzena”, é comum em operações offshore no Brasil e no mundo.
A atração por esse tipo de carreira é grande: salários acima da média nacional, benefícios robustos e a possibilidade de construir uma carreira sólida em uma indústria estratégica para o país. Mas, antes de conquistar uma vaga, é preciso entender os requisitos básicos.
Cursos obrigatórios para quem deseja trabalhar embarcado
O primeiro passo para ingressar na indústria offshore é obter os cursos básicos de segurança, exigidos por todas as empresas do setor:
CBSP (Curso Básico de Segurança de Plataforma)
É o curso essencial para qualquer trabalhador embarcado. Ele ensina técnicas de prevenção e resposta a emergências, combate a incêndios, primeiros socorros e evacuação em situações de risco.
HUET ou HILT (Treinamento de Escape de Aeronave Submersa)
Grande parte dos embarques é feita por helicóptero, e esse curso prepara os profissionais para situações de pouso forçado ou queda no mar. O treinamento simula emergências em cabines submersas, mostrando como escapar com segurança.
Esses cursos são pré-requisitos indispensáveis. Sem eles, o candidato sequer será considerado em processos seletivos para vagas offshore.
Qual formação escolher: técnico ou superior?
Embora existam engenheiros embarcados, a maioria das vagas offshore é destinada a profissionais de nível técnico.
Entre as áreas mais procuradas estão:
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Técnico em Mecânica
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Técnico em Elétrica
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Técnico em Instrumentação
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Técnico em Automação
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Técnico em Eletrotécnica
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Técnico em Segurança do Trabalho
Além dessas funções técnicas, existem também cargos operacionais e de apoio, como taifeiro, saloneiro, montador e auxiliar de plataforma. Todas as funções têm papel crucial para o funcionamento seguro e eficiente da unidade.
➡️ Dica prática: Começar por um curso técnico pode ser o caminho mais rápido para conquistar a primeira vaga embarcada.
Experiência onshore: um passo estratégico
Antes de conquistar espaço em alto-mar, muitas empresas exigem que o profissional tenha experiência em terra (onshore). Trabalhar em indústrias, fábricas ou empresas de manutenção pode ajudar a adquirir a vivência prática que será exigida em entrevistas.
Em média, recomenda-se pelo menos dois anos de experiência onshore para fortalecer o currículo e aumentar as chances de aprovação em processos seletivos offshore.
O papel do inglês no mercado offshore
Embora a maioria das plataformas no Brasil conte com profissionais brasileiros, o inglês é um diferencial importante.
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Comunicação técnica: nomes de equipamentos, válvulas, manuais e procedimentos geralmente estão em inglês.
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Contato com estrangeiros: algumas unidades recebem profissionais de outros países, e o inglês facilita a interação.
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Remuneração: candidatos com inglês intermediário ou avançado tendem a ser mais valorizados e podem ter acesso a cargos com melhores salários.
➡️ Recomenda-se investir em inglês intermediário como meta mínima para aumentar a competitividade no mercado.
Rotina de trabalho em uma plataforma
As plataformas de petróleo operam em regime de revezamento. Enquanto uma equipe atua por 14 dias, outra equipe substitui na quinzena seguinte. Isso significa que uma plataforma com capacidade para 100 pessoas pode empregar cerca de 200 profissionais, considerando o rodízio.
Além disso, muitas funções são terceirizadas, o que aumenta a rotatividade e cria mais oportunidades para novos profissionais.
Como aumentar suas chances de conseguir a primeira vaga
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Invista nos cursos obrigatórios (CBSP e HUET).
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Escolha uma formação técnica demandada pelo setor de petróleo e gás.
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Busque experiência onshore, mesmo em áreas correlatas.
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Estude inglês regularmente para se destacar nos processos seletivos.
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Acompanhe sites de emprego especializados no setor de petróleo, como O Petróleo e outros portais de vagas offshore.
Vale a pena trabalhar embarcado?
Sim, trabalhar embarcado pode ser uma carreira transformadora. Além dos salários atrativos, os profissionais ganham experiência em um dos setores mais estratégicos da economia brasileira.
No entanto, o caminho exige dedicação: cursos obrigatórios, formação técnica, experiência em terra e domínio do inglês são etapas fundamentais para quem deseja embarcar.
Se você sonha em seguir essa jornada, comece hoje mesmo a planejar sua qualificação. O mercado offshore é desafiador, mas também repleto de oportunidades para quem está preparado.
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