Em uma análise surpreendente sobre o desempenho de fundos imobiliários (FIIs), o RBHG11 se destacou como o maior pagador de dividendos dentro de uma carteira diversificada, superando inclusive fundos mais conhecidos e robustos. Com três anos de investimentos consistentes, o fundo de papel demonstrou que tamanho e fama nem sempre garantem os melhores retornos.
O fundo menos conhecido que mais rendeu
O RBHG11, administrado pela Rio Bravo e focado em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), é um fundo considerado “high grade”, mas com exposição controlada a ativos de maior risco (“high yield”). Apesar de ter menos cotistas e menor liquidez em comparação aos grandes nomes do mercado, o RBHG11 mostrou-se eficiente em entregar rendimentos consistentes.
Nos últimos três anos, o fundo pagou um total de R$ 759 em dividendos, superando inclusive o HGLG11, um FII de tijolo consolidado e amplamente reconhecido, que distribuiu R$ 748 no mesmo período.
Por que o RBHG11 entregou tanto retorno?
A estratégia de comprar cotas do fundo com desconto significativo em relação ao seu valor patrimonial (P/VP) foi essencial para esse desempenho. O RBHG11 tem sido negociado com P/VP em torno de 0,78, o que representa um desconto de aproximadamente 22% em relação ao valor justo. Isso significa que, ao adquirir cotas abaixo do valor patrimonial, o investidor aumentou seu retorno proporcional em dividendos.
Atualmente, o dividend yield (DY) do fundo gira em torno de 15,36% ao ano, com distribuição mensal. Essa combinação de alto DY com preço descontado é um diferencial relevante para quem busca renda passiva consistente.
Perfil de risco e diversificação do portfólio
Embora seja classificado como high grade, o RBHG11 possui parte de sua carteira alocada em ativos de risco médio (middle risk) e de maior risco (high yield). Essa parcela mais arriscada, que chegou a representar mais de 20% no início da posição, foi reduzida para cerca de 7,6% atualmente, mostrando uma gestão ativa na busca por maior segurança.
A diversificação também é um ponto forte: o fundo conta com 36 CRIs, além de pequenas posições em outros FIIs e caixa, garantindo flexibilidade para enfrentar eventualidades do mercado.
Desempenho superior aos índices
Nos últimos cinco anos, o RBHG11 superou não apenas o índice IFIX, que mede a média de desempenho dos fundos imobiliários, mas também o CDI e o IPCA, indicadores de referência em renda fixa e inflação. Mesmo durante os períodos de queda geral dos FIIs, o fundo conseguiu manter uma rentabilidade acumulada robusta, reforçando o potencial de longo prazo.
A importância de comprar com desconto
O caso do RBHG11 ilustra bem a estratégia de investir em ativos descontados. Comprar cotas abaixo do valor patrimonial não só melhora o dividend yield efetivo, mas também potencializa ganhos futuros com a eventual valorização das cotas.
Esse exemplo reforça a importância de avaliar cada fundo de forma independente, sem se prender apenas aos grandes nomes do mercado. Alocações bem pensadas, mesmo em fundos menores, podem gerar resultados expressivos em uma carteira de longo prazo.
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