A reeleição de Donald Trump trouxe uma guinada na política externa dos Estados Unidos, colocando o Hemisfério Ocidental no centro das prioridades. Em meio a essa estratégia, o Brasil se destaca como um parceiro econômico essencial, abrindo portas para investimentos, colaborações empresariais e o fortalecimento do intercâmbio comercial.
Os Estados Unidos já são o segundo maior parceiro comercial do Brasil e sua principal fonte de investimento estrangeiro direto. A relação comercial entre os dois países gera aproximadamente 130.000 empregos nos EUA e 500.000 no Brasil, movimentando um ecossistema que beneficia tanto grandes corporações quanto pequenas e médias empresas. Com a nova administração americana enfatizando a segurança e a prosperidade através do setor privado, as perspectivas para 2025 são promissoras.
Diálogo Empresarial: O Papel do Conselho Empresarial Brasil-EUA
O Conselho Empresarial Brasil-EUA (BUSBC), criado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), tem desempenhado um papel crucial na aproximação entre os setores produtivos de ambos os países. Desde 1976, essa entidade promove relações comerciais, incentiva investimentos e facilita discussões políticas entre empresários e governantes.
A recomendação principal do BUSBC é fortalecer mecanismos bilaterais, como o Diálogo de Alto Nível EUA-Brasil, o Diálogo Comercial EUA-Brasil e o Fórum de Energia EUA-Brasil. Esses espaços são essenciais para garantir que as relações entre os dois governos e o setor privado continuem a evoluir com estratégias de curto e longo prazo.
Setores-Chave para Crescimento e Investimento
A nova administração americana enfatiza o crescimento em setores estratégicos, e o Brasil tem um papel fundamental nesse cenário. O BUSBC identificou oportunidades em diversas áreas que podem impulsionar o crescimento bilateral:
1. Energia e Minerais Críticos
Com o aumento da demanda global por energia limpa, parcerias entre Brasil e EUA podem fortalecer a segurança energética e garantir infraestrutura para a transição para fontes renováveis. O Brasil é um dos maiores produtores de minérios essenciais, tornando-se um parceiro estratégico para reduzir a dependência de fornecimento asiático.
2. Agricultura e Tecnologia Agropecuária
Ambos os países são líderes na produção agropecuária. Iniciativas que modernizem a cadeia produtiva, aumentem a eficiência e incentivem a exportação de produtos brasileiros para o mercado americano podem gerar impactos positivos.
3. Economia Digital e Tecnologia
A cooperação no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) pode impulsionar avanços em inteligência artificial, segurança cibernética e saúde digital. Ambos os governos devem investir na proteção de dados e regulação de novas tecnologias, criando um ambiente propício para inovação.
4. Cadeias de Suprimentos e Indústria
O fortalecimento da cadeia de suprimentos é essencial para a redução da dependência externa. O Brasil pode ser um fornecedor estratégico de insumos industriais para empresas norte-americanas, estimulando novos investimentos e colaborações empresariais.
Acordos Comerciais e Expansão do Comércio Bilateral
Embora os EUA e o Brasil não possuam um acordo formal de livre comércio, o Acordo sobre Comércio e Cooperação Econômica (ATEC) tem se mostrado uma ferramenta eficiente para facilitar relações comerciais. Em 2020, o Protocolo ATEC foi ampliado para incluir novas regras de transparência e regulação comercial, fortalecendo ainda mais o ambiente de negócios entre os dois países.
Agora, especialistas defendem a expansão do ATEC para incluir setores essenciais como comércio digital, dispositivos médicos, produtos farmacêuticos e resiliência da cadeia de suprimentos. Essas medidas podem destravar novas oportunidades econômicas e estimular a cooperação em frentes inovadoras.
O Papel do Setor Privado na Relação EUA-Brasil
O setor privado desempenha um papel crucial na definição do futuro das relações comerciais entre os dois países. O BUSBC atua como um facilitador entre empresários e governos, promovendo debates e implementação de estratégias que impulsionem o comércio bilateral.
A chave para avançar essa parceria está em fortalecer laços estratégicos, eliminar barreiras comerciais e investir em setores de alto crescimento. Com isso, Brasil e Estados Unidos podem ampliar seus mercados, gerar empregos e consolidar uma relação econômica robusta para os próximos anos.
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