Commodities impulsionam Ibovespa, mas temor sobre tarifas de Trump freia alta

O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou o pregão desta quarta-feira (26) em alta de 0,34%, aos 132.519 pontos, sustentado pela valorização das commodities, especialmente do petróleo e minério de ferro, que impulsionaram ações de peso como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3). No entanto, o movimento de alta foi contido por preocupações com o cenário externo e fatores domésticos que reforçam a cautela dos investidores.

Alta de commodities favorece ações da Petrobras e Vale

O dia foi marcado por uma performance positiva das commodities no mercado internacional. O petróleo Brent registrou alta, puxando os papéis da Petrobras, enquanto o minério de ferro avançou em Dalian (China), beneficiando a Vale e mineradoras ligadas ao setor.

Essas ações, com grande peso no Ibovespa, garantiram sustentação ao índice em meio a um cenário de aversão ao risco no exterior.

Temor com tarifas de Trump pressiona o mercado

Apesar do bom desempenho dos setores ligados a commodities, os investidores reagiram com cautela à possível volta de tarifas comerciais por parte de Donald Trump, que, segundo rumores, poderia anunciar medidas protecionistas contra a China após o fechamento dos mercados. A ameaça de escalada nas tensões comerciais globais gera temor de desaceleração no comércio internacional, impactando emergentes como o Brasil.

Essa expectativa limitou o apetite por risco nos mercados globais, refletindo também no comportamento da Bolsa brasileira.

Crédito consignado preocupa Banco Central

No cenário doméstico, outro fator que chamou a atenção foi o forte aumento na concessão de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada. Desde a última sexta-feira, mais de R$ 340 milhões foram liberados, o que pode impulsionar o consumo e, consequentemente, pressionar a inflação.

Esse movimento pode obrigar o Banco Central a manter os juros altos por mais tempo, reduzindo a atratividade da renda variável. A preocupação é que o ciclo de cortes da Selic seja interrompido ou desacelerado, o que afeta diretamente os ativos de risco.

Riscos políticos continuam no radar

No campo político, o mercado também acompanhou os desdobramentos da situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se tornou réu no STF em processo relacionado a uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Embora o impacto direto no mercado tenha sido limitado no curto prazo, o episódio contribui para o aumento da percepção de risco político, especialmente entre investidores estrangeiros.

Dólar sobe e juros futuros reagem

O dólar comercial fechou em alta de 0,66%, cotado a R$ 5,74, refletindo a busca por proteção diante das incertezas. Já os juros futuros voltaram a subir, precificando a possibilidade de inflação mais persistente e juros elevados por mais tempo, o que tende a afetar os múltiplos das ações listadas.

Expectativas para os próximos dias

O mercado segue atento a dois fatores principais nos próximos pregões: a repercussão das possíveis tarifas de Trump, que podem reacender a guerra comercial entre EUA e China, e os sinais do Banco Central sobre o rumo da política monetária, frente à expansão do crédito e seus efeitos sobre a inflação.

Além disso, a temporada de balanços segue como um dos termômetros mais importantes para avaliar a saúde das empresas e suas perspectivas em um cenário ainda volátil.

Mesmo com o impulso das commodities, a alta do Ibovespa foi moderada por uma combinação de riscos externos e internos. O cenário global incerto e os sinais domésticos de pressão inflacionária devem manter os investidores em alerta, exigindo maior seletividade nas próximas movimentações de carteira.

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