Em meio à escalada da guerra tarifária, a China voltou a pressionar os Estados Unidos para abandonar as ameaças e a coerção, caso Washington queira avançar nas negociações comerciais. A exigência foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores da China, em resposta ao endurecimento das tarifas comerciais proposto pelo governo norte-americano.
De acordo com fontes chinesas, mesmo com os sinais recentes de disposição para diálogo, o tom agressivo de Washington continua sendo um entrave para qualquer avanço nas conversas. Autoridades chinesas afirmaram que os Estados Unidos precisarão “baixar o tom” se quiserem chegar a um consenso.
Setor automotivo e tecnológico sentem os efeitos
Direto de Xangai, um analista econômico destacou como a guerra tarifária já afeta setores estratégicos, como o automotivo e o tecnológico. Embora as exportações diretas de veículos da China para os Estados Unidos sejam limitadas, a cadeia produtiva global, especialmente no fornecimento de chips para carros de alta tecnologia, vem sofrendo com os custos mais altos.
Um exemplo é o caso da fabricante chinesa Leapmotor, que, mesmo focada em mercados como Europa e América Latina, depende de chips da Nvidia para seus veículos autônomos componentes que tiveram os preços inflacionados pelas tarifas comerciais.
Excesso de produção pressiona o governo chinês
Além dos impactos diretos nas cadeias produtivas, o excesso de capacidade industrial na China amplia a urgência por uma solução. Em 2024, o país produziu cerca de 50 milhões de carros, mas vendeu apenas 31 milhões no mercado interno, evidenciando a necessidade de escoar essa produção para mercados externos um cenário prejudicado pelo conflito tarifário.
Com o setor produtivo pressionando por uma resolução rápida, a expectativa é que o cabo de guerra entre Pequim e Washington siga nas próximas semanas. Apesar de recuos pontuais por parte dos Estados Unidos, a China mantém sua postura firme, exigindo mudanças concretas no discurso e nas ações norte-americanas antes de retomar qualquer acordo.
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo continua a alimentar incertezas nos mercados globais, afetando desde a tecnologia embarcada nos automóveis até os custos de produção em setores estratégicos.
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