CGU investiga Ibama e Petrobras sobre licença da Foz do Amazonas em meio a recordes de produção no pré-sal

A Controladoria-Geral da União (CGU) abriu uma investigação sobre o processo de licenciamento ambiental do projeto de exploração de petróleo na Foz do Amazonas. O pedido, enviado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 14 de fevereiro, ocorreu apenas dois dias depois de o presidente Lula criticar o que chamou de “lenga-lenga” na concessão da licença. Enquanto isso, a Petrobras atingiu um novo recorde de produção no campo de Mero, um dos seus principais ativos no pré-sal.

O impasse na Foz do Amazonas

A Petrobras busca autorização para explorar uma das últimas grandes reservas de petróleo do Brasil, localizada na Foz do Amazonas. No entanto, o Ibama tem resistido à concessão da licença, citando riscos ambientais. A região abriga uma biodiversidade marinha sensível, e grupos como o Greenpeace também se opõem ao projeto, alertando para possíveis impactos nas comunidades locais e no clima global.

Diante da pressão política e empresarial, a CGU decidiu analisar o processo e solicitar mais transparência nas decisões do Ibama. Lula já manifestou apoio à Petrobras, defendendo a importância econômica do projeto e criticando o que considera uma burocracia excessiva.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, assegurou que a empresa desenvolveu um sistema de precaução ambiental sem precedentes, buscando mitigar qualquer risco. No entanto, a decisão final está nas mãos do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.

Produção recorde no campo de Mero

Enquanto o impasse ambiental segue em curso, a Petrobras alcançou um feito histórico: o campo de Mero, localizado no Bloco de Libra do pré-sal, atingiu a marca de 500 mil barris de petróleo por dia. O consórcio que opera o campo inclui, além da Petrobras, a TotalEnergies e empresas chinesas, sob o regime de partilha de produção.

Esse número deve crescer ainda mais com a entrada em operação da quinta plataforma FPSO, a Alexandre de Gusmão, prevista para este ano. Com isso, a capacidade total de produção pode chegar a 770 mil barris diários.

O crescimento do campo de Mero reflete o potencial do pré-sal brasileiro e reforça a importância da Petrobras no cenário energético global. Atualmente, a produção do pré-sal representa 81% do total extraído pela companhia.

Impactos para a Petrobras e o mercado

O embate entre o Ibama, a Petrobras e o governo federal na questão da Foz do Amazonas gera incertezas no mercado e pode impactar a valorização das ações da companhia. A indefinição sobre a exploração da região também pode afetar outros projetos petrolíferos no país.

Ao mesmo tempo, o recorde de produção no campo de Mero fortalece a posição da Petrobras e pode trazer um impacto positivo nos dividendos pagos aos acionistas. Com um dividend yield atual de 21,62%, a estatal segue como uma das principais pagadoras de dividendos do mercado brasileiro.

Perspectivas para o setor de energia

Enquanto a Petrobras expande sua produção no pré-sal, outras empresas do setor enfrentam desafios. A Cozan, por exemplo, registrou um prejuízo de R$ 9,3 bilhões no último trimestre de 2024, impactada por baixas contábeis ligadas à Vale e à Raízen. No entanto, a empresa segue confiante em sua estratégia de longo prazo.

A Taesa, uma das principais transmissoras de energia do Brasil, também está no radar dos investidores. Apesar da estabilidade nas suas cotações, a XP Investimentos manteve uma recomendação neutra para suas ações, destacando os dividendos elevados e a curta duração das concessões.

No segmento de alimentos, a Marfrig surpreendeu o mercado ao registrar um lucro líquido de R$ 2,57 bilhões no último trimestre, impulsionado pela eficiência operacional e pela venda de ativos na América do Sul. O resultado positivo gerou uma valorização de 9% nas ações da companhia.

O futuro da exploração de petróleo na Foz do Amazonas segue indefinido, mas a investigação da CGU pode acelerar a decisão sobre a concessão da licença ambiental. Enquanto isso, a Petrobras segue batendo recordes de produção no pré-sal, fortalecendo sua posição no mercado.

Com investidores atentos aos desdobramentos do setor, o próximo capítulo dessa história promete movimentar ainda mais o mercado de energia no Brasil.

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