BTRA11 mantém dividendos estáveis, mas liquidez e prejuízo acumulado preocupam investidores

O fundo agroimobiliário BTRA11 divulgou seu mais recente relatório gerencial com destaque para a continuidade na distribuição de R$ 0,30 por cota, valor sustentado por receitas não recorrentes provenientes da venda de terras. Mesmo assim, o desempenho do fundo segue comprometido, com prejuízo acumulado superior a 40% para investidores que mantêm cotas desde o IPO.

Atualmente, o fundo negocia bem abaixo de seu valor patrimonial de R$ 111 por cota, com cotas girando na faixa dos R$ 13. A última distribuição, embora estável, ficou bem abaixo do resultado efetivo por cota, que foi de R$ 0,62 no mês, impulsionado por correções monetárias nas parcelas de vendas de ativos. Esse montante extra, entretanto, não faz parte do fluxo recorrente de caixa, o que preocupa em relação à previsibilidade futura dos rendimentos.

Reservas acumuladas e expectativa de manutenção

Além dos dividendos, o fundo acumula uma reserva de R$ 0,60 por cota, composta justamente por esses ganhos extraordinários. O gestor optou por reforçar o caixa, que soma atualmente R$ 52 milhões, como forma de manter estabilidade nas distribuições futuras. A expectativa é que o patamar de R$ 0,30 por cota seja mantido nos próximos meses, a menos que ocorram novas receitas extraordinárias ou liberação de ativos em disputa.

O portfólio do BTRA11 é composto por seis ativos, dos quais dois estão arrendados e gerando receitas, com contratos atípicos corrigidos pela inflação e prazo médio de 6,6 anos. Os principais produtos cultivados nas fazendas são soja, milho e algodão, com foco em contratos de longo prazo com players como o grupo Rui Prad e o grupo Rendes. O restante dos imóveis está em diferentes situações, incluindo ativos em disputa judicial ou já vendidos, com parcelas ainda a receber.

Riscos e falta de transparência no relatório

Apesar da manutenção das distribuições, a liquidez do fundo recuou para cerca de R$ 300 mil negociados por dia, um volume considerado baixo para o mercado, o que aumenta o risco para investidores que desejam vender cotas. Além disso, o relatório gerencial peca pela falta de clareza nas informações, especialmente sobre os fluxos de receitas provenientes de arrendamentos e as datas de pagamentos. Esse fator torna difícil projetar com precisão o comportamento do caixa no curto e médio prazo.

A rentabilidade do fundo segue fragilizada: 31% de prejuízo nos últimos 24 meses e mais de 40% desde o IPO. Apesar de uma leve recuperação das cotas no início de 2025, com alta de 17% no mês, o histórico de perdas continua pesando na avaliação do fundo.

Perspectivas

Para os próximos meses, o fundo deve continuar distribuindo R$ 0,30 por cota, sustentado pelo fluxo recorrente e reforçado pelas reservas acumuladas. No entanto, o risco de novas oscilações permanece elevado, especialmente se não houver avanços na resolução das disputas judiciais ou novas receitas extraordinárias com vendas ou arrendamentos de ativos.

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