Recentemente, investidores viram o fundo imobiliário BTHF11 alcançar valores mínimos próximos a R$ 6,55 por cota, após uma forte pressão de venda desencadeada pela integralização das cotas do antigo BCFF11. Este movimento de venda em massa trouxe uma desvalorização significativa, deixando o fundo com um desconto de aproximadamente 25% em relação ao seu valor patrimonial atual, que é de R$ 9,83 por cota.
O que motivou essa queda brusca?
A queda acentuada ocorreu devido à liberação das cotas após a fusão parcial com o fundo BCFF11, resultando em liquidez extremamente alta e um aumento significativo no número de cotistas. Embora o preço tenha se recuperado em cerca de 13% desde a mínima histórica, o BTHF11 ainda permanece altamente descontado, apresentando uma oportunidade potencial para investidores atentos.
Expectativas de rendimentos e pagamentos
O fundo BTHF11 está com um dividend yield atraente, girando em torno de 13,4% ao ano. Nos últimos meses, o fundo tem entregado dividendos acima das expectativas iniciais devido ao sucesso de operações pontuais envolvendo ações, como foi o caso da venda bem-sucedida das ações da CINE3.
Nessa negociação específica, o fundo obteve uma impressionante taxa interna de retorno de 63,4% sobre o capital alocado, permitindo que o BTHF11 distribuísse um dividendo superior ao previsto: cerca de R$ 0,097 por cota, frente aos R$ 0,092 originalmente estimados.
Portfólio diversificado e potencial de upside
Atualmente, o BTHF11 conta com um portfólio diversificado composto por 98 ativos distribuídos em fundos de tijolos, fundos de papel e propriedades reais. Entre os fundos imobiliários de tijolos, o potencial de valorização (upside) chega a impressionantes 82%. Já os fundos de papel apresentam um upside estimado em 47%.
Os principais ativos do fundo incluem fundos imobiliários próprios da casa (BTH e BTCI), imóveis físicos, como o Z Tower e o Pátio Maceió, além de uma carteira pulverizada de CRIs, que oferece uma segurança adicional por meio da diversificação das operações.
Riscos associados ao fundo BTHF11
Embora a atratividade do fundo seja clara devido ao desconto, é fundamental considerar os riscos envolvidos:
- Risco de mercado: O fundo está exposto às oscilações econômicas, especialmente em momentos de alta taxa de juros e inflação.
- Concentração em ativos da casa: Parte significativa do portfólio está concentrada em ativos administrados pelo próprio BTG, o que pode representar conflito de interesse.
- Volatilidade das ações: Estratégias envolvendo ações aumentam o potencial retorno, mas também adicionam volatilidade ao desempenho do fundo.
Redução nas taxas de administração
Uma boa notícia é que houve uma redução recente de 12% nas taxas de administração do fundo. Essa medida pode contribuir para melhorar o desempenho geral e aumentar a rentabilidade líquida para os investidores.
Cenário macroeconômico e perspectivas futuras
O cenário atual de juros altos e inflação persistente traz desafios, mas também oportunidades para fundos imobiliários como o BTHF11. Com grande parte da carteira indexada ao IPCA (inflação) e ao CDI, o fundo oferece uma proteção natural contra a perda de poder aquisitivo dos investimentos.
Distribuição detalhada dos ativos:
- Fundos de papel: 27%
- Fundos de crise (CRIs): 22%
- Fundos de tijolo: 30%
- Imóveis físicos: 17%
- Caixa: aproximadamente 2%, investido principalmente em ativos atrelados ao CDI
Vale a pena investir no BTHF11 agora?
Com um desconto histórico de 25% e potencial de upside significativo em diversas categorias de ativos, o BTHF11 surge como uma alternativa atrativa para investidores com perfil de risco moderado a alto e que buscam rendimentos recorrentes elevados.
Entretanto, é fundamental acompanhar de perto os movimentos macroeconômicos, estratégias futuras do fundo e potenciais conflitos internos devido à concentração em ativos administrados pelo BTG.
O BTHF11 oferece atualmente uma janela de oportunidade com deságio significativo e boas perspectivas de pagamento de dividendos acima da média. Porém, investir requer atenção cuidadosa aos riscos apresentados e uma análise constante do mercado.
O post BTHF11 despenca e abre desconto histórico: hora de comprar ou risco alto? apareceu primeiro em O Petróleo.