BRAP4 promete dividendos de 5% em abril: oportunidade de ouro ou armadilha com a Vale?

A Bradespar (BRAP4), holding que tem participação relevante na Vale, chamou atenção do mercado com o anúncio de dividendos robustos neste mês de abril. Mesmo após registrar um prejuízo de R$ 87 milhões no quarto trimestre de 2024, a empresa fechou o ano com lucro consolidado de R$ 1,2 bilhão e dividendos acumulados que superam os 11% líquidos.

Mas afinal, investir em BRAP4 ainda vale a pena? A ação está barata? E como aproveitar esse pagamento de dividendos da forma mais estratégica possível?

A seguir, explicamos os detalhes mais relevantes para o investidor: datas, valores, histórico de distribuição, análise técnica, preço-teto e contexto macroeconômico.

Dividendos de abril: data de corte, valor e rendimento

A Bradespar confirmou o pagamento de R$ 0,91 líquidos por ação para quem estiver posicionado até o dia 25 de abril de 2025, com pagamento agendado para o dia 15 de maio.

Esse valor representa um rendimento de 5% sobre o preço atual da ação, um dos maiores entre as empresas listadas da B3 neste primeiro semestre. O dividend yield acumulado nos últimos 12 meses chega a impressionantes 11,68% líquidos, consolidando a BRAP4 como uma das queridinhas dos caçadores de renda.

A relação com a Vale: lucros, volatilidade e desempenho

Como holding da Vale, a Bradespar é altamente dependente dos resultados da mineradora. Em momentos de valorização do minério de ferro ou de forte geração de caixa por parte da Vale, a BRAP4 tende a se beneficiar diretamente.

Mesmo com a queda do lucro líquido e do fluxo de caixa livre da Vale em 2024, a Bradespar se manteve saudável financeiramente. Para 2025, caso o ciclo das commodities reaqueça — com destaque para ferro e petróleo —, há espaço para uma nova sequência de dividendos elevados.

BRAP4 versus Vale: quem entregou mais no longo prazo?

Surpreendentemente, quem investiu na Bradespar no início dos anos 2000 viu um desempenho superior ao da própria Vale. Enquanto as ações da mineradora subiram cerca de 1.550%, a Bradespar valorizou mais de 3.200% no mesmo período. Isso se deve à sua estrutura mais enxuta, com custo operacional reduzido, maior repasse de dividendos e menor exposição a passivos ambientais ou operacionais.

Além disso, a ação BRAP4 possui maior liquidez e é mais acessível ao investidor pessoa física, sendo preferida por ETFs de dividendos e pequenos investidores que querem exposição à Vale de forma simplificada.

Oportunidades de entrada: onde está o melhor ponto de compra?

Antes da data de corte (até 25 de abril)

O mercado precifica os dividendos, e há uma expectativa de que os preços subam até a data de corte. Assim, quem deseja receber os R$ 0,91 líquidos precisa comprar antes de 25 de abril.

Pós-data de corte (a partir de 26 de abril)

Após o “ex-dividendos”, as ações tendem a cair proporcionalmente ao valor do provento. Neste caso, a faixa entre R$ 16,10 e R$ 13,40 pode representar uma janela interessante para aportes estratégicos, com base nos descontos observados.

Preço-teto e análise fundamentalista

Com base na distribuição esperada de R$ 2,13 por ação ao longo de 2025, e assumindo um dividend yield-alvo de 11,68%, o preço teto estimado para BRAP4 seria em torno de R$ 18,25. No entanto, considerando os pagamentos realizados até agora, a empresa precisará acelerar a distribuição no segundo semestre para manter esse valor.

Pelas métricas de valuation, o indicador preço/lucro (P/L) atual da BRAP4 está abaixo da média histórica da empresa, girando em torno de 2,16x. Se o múltiplo subir para a média de mercado (cerca de 7,5x), o preço justo poderia alcançar R$ 22,74, indicando um upside atrativo.

Sazonalidade e comportamento histórico

Historicamente, a Bradespar passa por ciclos de forte valorização seguidos por períodos de queda. Entre 2021 e 2024, a ação teve três anos consecutivos de desempenho negativo. Em 2025, os sinais iniciais indicam uma possível reversão desse ciclo, com potencial de recuperação até dezembro — a depender do cenário macroeconômico.

Comparando com outros ciclos históricos:

  • 2015 foi o pior ano (-50%),

  • 2016 foi o melhor (+218%),

  • e 2025 pode repetir a lógica de queda parcial com recuperação no segundo semestre.

Trump, China e o impacto global nas commodities

Um fator de atenção para o investidor é a política internacional dos EUA, especialmente com a possível volta de Donald Trump. Tarifas sobre importações, guerra comercial com a China e tensões geopolíticas podem afetar diretamente os preços do minério de ferro e, por consequência, o desempenho da Vale e da Bradespar.

Contudo, se a recessão continuar fora do radar e a recuperação industrial global se consolidar, o ano de 2025 tende a ser positivo para ações ligadas ao setor metálico e cíclico.

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