Apesar do rebaixamento de recomendação pelo JP Morgan e da valorização acumulada de 18% em 2025, muitos investidores ainda consideram o Banco do Brasil (BBAS3) uma das ações mais descontadas da Bolsa. Mas afinal, o que justifica essa visão tão otimista, mesmo diante de um cenário aparentemente saturado?
A resposta está nos fundamentos. Lucro crescente, dividendos consistentes, múltiplos baixos e previsibilidade na distribuição de proventos tornam o banco estatal uma opção atrativa para quem pensa no longo prazo. Neste artigo, destrinchamos os principais pontos que sustentam a tese de investimento em BBAS3.
Lucros recordes e projeção otimista para 2025
O Banco do Brasil tem entregado resultados robustos consecutivamente. Em 2022, o lucro foi recorde. Em 2023, o banco lucrou R$ 35,6 bilhões. Já em 2024, a cifra avançou para quase R$ 38 bilhões, um crescimento de 6,6% ano a ano. E para 2025, a própria projeção do banco é de um lucro entre R$ 37 e R$ 41 bilhões.
A estimativa do investidor analisado neste conteúdo é de R$ 40 bilhões em lucro líquido, o que reforça o argumento de que a cotação tende a acompanhar a lucratividade no médio e longo prazo — mesmo que, no curto prazo, possa haver descasamento entre lucro e preço de mercado.
JP Morgan rebaixa recomendação, mas reconhece fundamentos
Apesar da recomendação rebaixada de “compra” para “neutra”, o próprio relatório do JP Morgan traz dados que surpreendem:
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Preço-alvo de R$ 31, com potencial de valorização de 18%;
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Estimativa de dividend yield de 10% para 2025, totalizando um retorno potencial de 18%.
O relatório ainda reconhece os bons fundamentos da estatal, como “histórico de longo prazo atrativo” e “bons resultados”, mas justifica o rebaixamento pela “falta de catalisadores de curto prazo”.
Ou seja, mesmo os analistas mais conservadores não negam a força dos números do BBAS3.
Dividendos e preços teto: quanto o BBAS3 pode pagar?
Com base na estimativa de lucro de R$ 40 bilhões e um payout de 45%, o Banco do Brasil poderia distribuir R$ 18 bilhões em dividendos, o que equivale a R$ 2,79 por ação.
Projeções com base em payout de 45%:
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Dividend yield estimado: 11,14%
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Preço teto (método Bazin): R$ 52,35
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Preço justo (método Graham): R$ 57,00
Mesmo em uma projeção mais conservadora, com payout de 40%, o dividend yield ainda seria de 9,9%, com preço teto de R$ 46,53 — valores significativamente superiores à cotação atual.
Múltiplos ainda descontados: BBAS3 negocia a 4 vezes lucro
Em um mercado onde bancos privados já precificam crescimento futuro, o Banco do Brasil negocia a múltiplos modestos:
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P/L projetado 2025: 4,2 vezes
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P/VP: 0,9 (abaixo do valor patrimonial)
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Para negociar a 1 vez o valor patrimonial, o papel precisaria estar em R$ 34, indicando um upside adicional mesmo sem crescimento.
Tais números indicam um valuation atrativo para quem busca ações baratas com forte geração de caixa e boa previsibilidade.
Histórico de aportes reforça convicção
O investidor responsável pela análise relatou ter feito quatro aportes em BBAS3 durante o mês de março, aproveitando quedas pontuais para aumentar sua posição:
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6 de março: 100 ações a R$ 27,70
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10 de março: 81 ações a R$ 27,84
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20 de março: 50 ações a R$ 28,23
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31 de março: 41 ações a R$ 28,83
Totalizando 3.874 ações, com a meta pessoal de atingir 4.000 ações em breve. A ideia é gerar um fluxo médio de dividendos de R$ 1.000 mensais, escalando para R$ 1.250/mês ao atingir 5.000 ações.
Distribuição de proventos: previsibilidade como aliada
O Banco do Brasil já anunciou que trabalhará com oito fluxos de proventos em 2025. Dois deles ocorrerão já em maio:
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12/05: Provento referente ao 1º trimestre
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21/05: Provento referente ao 2º trimestre
Essa organização contribui para a previsibilidade de caixa e favorece investidores que vivem de renda.
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