Azul (AZUL4) reverte prejuízo bilionário e surpreende mercado com lucro ajustado no 4T24

A Azul (AZUL4) divulgou nesta segunda-feira (24) seu balanço financeiro do quarto trimestre de 2024, apresentando um prejuízo contábil de R$ 4 bilhões. No entanto, a empresa também reportou um lucro ajustado de R$ 60 milhões, resultado que animou investidores e impulsionou suas ações na Bolsa de Valores.

O resultado contábil reflete impactos de reestruturação financeira e eventos não recorrentes, enquanto o lucro ajustado leva em conta um cenário operacional mais positivo. A compensação desses fatores resultou em um desempenho que reforça a confiança do mercado na Azul.

Por que o lucro ajustado importa?

O conceito de lucro ajustado tem sido amplamente utilizado pelas empresas para desconsiderar eventos considerados pontuais ou não recorrentes. No caso da Azul, ajustes relacionados à reestruturação de sua dívida e à otimização de capital foram os principais fatores para transformar um prejuízo bilionário em um lucro ajustado.

O analista Henrico Kolino, da Levante Investimentos, explica que esse tipo de ajuste é comum entre empresas em fase de reestruturação. “A Azul desconsiderou alguns impactos contábeis de renegociação de dívida e arrendamentos de aeronaves. Isso dá um panorama mais realista sobre sua rentabilidade operacional”, afirmou.

Alta na receita e recordes históricos

Apesar do prejuízo contábil, a Azul alcançou recordes no trimestre:

  • Receita operacional: Crescimento expressivo, refletindo maior demanda por passagens.
  • Ebitda: R$ 6 bilhões, um dos maiores da história da empresa.
  • Ocupação de voos: Superou 80%, demonstrando resiliência do setor.
  • Aumento de passageiros: 17% a mais em relação ao mesmo período de 2023.

O custo com combustível da Azul também reduziu significativamente, contribuindo para a melhoria da rentabilidade. A queda no preço do petróleo e a relativa estabilidade do dólar nos primeiros meses de 2025 também favorecem o setor aéreo.

Perspectivas para 2025

O mercado agora observa com atenção os próximos passos da Azul em um ambiente ainda volátil. O dólar, que apresentou alta no final de 2024, voltou a um patamar mais estável, o que pode beneficiar os custos da companhia. No entanto, o setor aéreo brasileiro segue sensível às oscilações do mercado cambial e de combustíveis.

Outro fator importante é a possível fusão entre Azul e Gol, tema que vem sendo discutido há meses e que pode impactar diretamente a estrutura de rotas e custos operacionais das companhias.

Henrico Kolino alerta para os desafios: “A margem da Azul ainda é apertada e o cenário econômico é incerto. O que vimos agora é uma recuperação importante, mas é preciso acompanhar a estabilidade do câmbio e dos custos operacionais para um prognóstico mais otimista”, conclui o analista.

Fechamento de rotas e impacto no setor

Recentemente, a Azul anunciou a suspensão de 15 rotas aéreas, em sua maioria para cidades do interior. O movimento é parte de uma estratégia de eficiência operacional, mas levanta questionamentos sobre a acessibilidade ao transporte aéreo em algumas regiões do país.

Segundo especialistas, essa pode ser uma tendência no setor aéreo brasileiro. Com a necessidade de gestão mais eficiente dos custos, empresas podem priorizar rotas de maior rentabilidade, reduzindo a oferta em localidades com menor demanda.

O balanço do 4T24 da Azul trouxe um misto de preocupações e otimismo para investidores. O prejuízo contábil elevado ainda reflete desafios financeiros, mas o lucro ajustado e o crescimento da receita operacional indicam uma recuperação gradual. Para 2025, o mercado continuará atento aos custos operacionais, fusões e à estabilidade cambial, fatores que podem definir o rumo da companhia nos próximos trimestres.

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