Nos últimos meses, o fundo imobiliário AZIN11 voltou a chamar atenção no mercado por dois motivos: a retomada do valor de sua cota e a manutenção de um rendimento elevado, acima de R$ 1,30 por cota. Com uma alta acumulada de cerca de 15%, o fundo mostra sinais de recuperação, mesmo em um cenário com desafios como concentração de ativos e taxas elevadas.
Desempenho recente: alta de 15% reacende interesse
O AZIN11 vinha sofrendo com a queda no valor de suas cotas, chegando a bater na casa dos R$ 80. Contudo, a recuperação recente devolveu o ativo à faixa dos R$ 90, o que representa uma valorização de cerca de 15% no curto prazo.
Além disso, o fundo segue pagando dividendos recorrentes. No último mês, o rendimento foi de R$ 1,30 por cota, representando aproximadamente 1,3% ao mês, equivalente a cerca de 118% do CDI no período. Trata-se de um retorno atrativo, especialmente quando comparado à renda fixa tradicional.
Composição do fundo: foco em energia e concentração relevante
O AZIN11 é um fundo altamente focado no setor de energia, especialmente geração solar e parques eólicos. Aproximadamente 90% do seu patrimônio está alocado nesse segmento, o que representa um risco setorial, mas também uma oportunidade, considerando o potencial de crescimento da matriz energética renovável no Brasil.
Por outro lado, a concentração em ativos específicos é alta, com participações próximas de 9% em algumas debêntures, o que aumenta o risco do portfólio. Apesar disso, para um fundo com patrimônio modesto (cerca de R$ 246 milhões) e apenas 4 mil cotistas, essa concentração pode ser entendida como uma estratégia de alocação mais agressiva.
Taxas elevadas: o maior ponto de atenção
O fundo cobra 1,25% ao ano de taxa de gestão, além de uma taxa de performance de 20% sobre o que exceder o CDI. Essa taxa de performance é um dos pontos mais criticados por analistas, já que, para um fundo de risco, o mínimo esperado seria superar o CDI de forma consistente — o que torna essa taxa quase uma obrigação mascarada.
Como alternativa, muitos investidores preferem alocar recursos em produtos de renda fixa com proteção do FGC, como CDBs de bancos médios com liquidez diária, que oferecem menor risco e rendimento competitivo.
Liquidez: ponto fraco para quem busca agilidade
A liquidez do AZIN11 é limitada. O volume médio diário gira em torno de R$ 600 mil, o que pode dificultar a saída do fundo em momentos de maior pressão vendedora. Para o investidor que preza por agilidade, esse fator é relevante e deve ser avaliado com cautela.
Destaques do último relatório gerencial
- Valor patrimonial por cota: R$ 98,00
- Rendimento distribuído: R$ 1,30
- Rentabilidade do mês: 1,3%
- Resultado líquido: 1,2%
- Percentual do CDI: ~118%
- Liquidez média diária: R$ 600 mil
- Setor predominante: Energia (solar e eólica)
Regulamentação da CVM: fim da restrição para investidores qualificados?
Atualmente, o AZIN11 é restrito a investidores qualificados, ou seja, aqueles com mais de R$ 1 milhão em aplicações ou com certificações específicas. No entanto, está em andamento uma proposta na CVM para ampliar o acesso aos Fundos de Participação em Empresas (FIPs), o que pode abrir espaço para que investidores comuns também possam investir nesse tipo de ativo.
Caso a mudança seja aprovada, o universo de investidores interessados no AZIN11 tende a aumentar, o que pode impactar positivamente a liquidez e o valor da cota.
O AZIN11 é um fundo que combina potencial de retorno elevado com riscos relevantes. A estratégia agressiva, o foco em energia renovável e os dividendos constantes são atrativos, mas precisam ser ponderados diante da alta concentração, baixa liquidez e taxas acima da média.
Para investidores qualificados que buscam dividendos mensais robustos e estão dispostos a assumir riscos maiores, o AZIN11 pode ser uma boa oportunidade. No entanto, é fundamental acompanhar os relatórios, entender a política de alocação e avaliar se o perfil do fundo se encaixa na sua carteira.
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