A Azevedo & Travassos Energia (ZTEE3), companhia de capital aberto focada em produção terrestre de petróleo, tem ganhado destaque com um portfólio relevante de ativos e uma estratégia voltada à expansão sustentável. Formada a partir da cisão de uma antiga companhia do setor de infraestrutura, a empresa concentra suas operações em campos maduros no Rio Grande do Norte, e já acumula um volume expressivo de reservas.
Portfólio de ativos e volume de reservas
A companhia controla dois polos principais: Porto Carrão, com quatro concessões e reservas estimadas em 72,7 milhões de barris, e Barrinha, com nove campos e 52,3 milhões de barris. Ambos os polos também detêm consideráveis volumes de gás natural, totalizando mais de 460 milhões de m³.
Ao incluir operações conduzidas por subsidiárias e aquisições recentes, como as de campos anteriormente pertencentes a outras empresas do setor, o volume total de petróleo estimado sobe para cerca de 80 milhões de barris, enquanto o potencial de gás natural ultrapassa os 630 milhões de m³ — um patamar relevante para uma companhia classificada como júnior no mercado de óleo e gás.
Estratégia operacional baseada em extração terrestre
A produção da ZTEE3 é feita em terra firme (onshore), o que diferencia a empresa de outras gigantes do setor que operam em alto-mar (offshore). Esse modelo reduz a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura, permitindo uma gestão mais enxuta e flexível.
A extração é viabilizada por meio de parcerias operacionais e uso de tecnologias de recompletação e recuperação de poços, o que possibilita o reaproveitamento de campos já conhecidos e a exploração de novas frentes produtivas.
Aportes e investimentos em expansão
Mesmo com porte modesto, a companhia tem reforçado sua capacidade produtiva com aportes significativos dentro do seu escopo de atuação:
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R$ 500 mil destinados à exploração de novos blocos em parceria;
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R$ 570 mil em recompletação de poços;
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R$ 1,2 milhão voltados à modernização de sondas e manutenção;
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R$ 4 milhões previstos para o primeiro trimestre de 2025, voltados à perfuração de novos poços e projetos de engenharia.
Ainda que inferiores aos valores investidos por grandes petrolíferas, os aportes demonstram comprometimento com o crescimento gradual da produção, com foco em eficiência e geração de caixa.
Política de dividendos: ausência de diretrizes claras
Análises de documentos institucionais, como estatuto social e políticas de governança, indicam ausência de uma política clara de distribuição de dividendos. Embora a empresa informe que comunicará os acionistas quando houver distribuição, não há, até o momento, diretrizes sobre periodicidade ou percentual de lucro destinado à remuneração.
Esse ponto é relevante para investidores focados em renda passiva, embora o perfil da empresa atualmente favoreça reinvestimentos no próprio crescimento.
Estrutura acionária e comportamento de mercado
A movimentação acionária recente indica estabilidade na posição dos controladores. O percentual de ações alugadas gira em torno de 2,63%, valor considerado moderado. No entanto, o prêmio anual pago por quem aluga essas ações ultrapassa 14%, sinalizando interesse do mercado e expectativa de valorização.
Além disso, a ação ZTEE3 figura entre as recomendações baseadas em critérios de valor, como os modelos de Graham e Greenblatt, especialmente quando combinados com filtros de dividend yield acima de 6% e liquidez consistente.
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