Com os juros futuros projetando uma Selic em torno de 14,75% até o fim de 2025, muitos investidores voltam seus olhos para a renda fixa, especialmente os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Mas será que toda essa rentabilidade aparente vale o risco? A resposta exige atenção aos detalhes, especialmente se você está começando a montar sua carteira de investimentos ou quer proteger seu patrimônio da inflação.
Mostramos os 3 principais cuidados ao investir em CDBs em 2025, com base nas projeções mais recentes de mercado e nas comparações com o Tesouro Direto, que tem se mostrado mais vantajoso em diversas situações.
Panorama econômico: juros altos e inflação controlada
Após a reunião mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado reforçou suas expectativas para os juros. Os contratos futuros apontam para uma Selic em 14,75% ao final de 2025, com leve redução para 14,5% em 2026. Um patamar historicamente elevado, raramente observado nos últimos anos.
Essa alta nos juros abre uma janela de oportunidades na renda fixa. Contudo, a decisão entre investir em CDB ou Tesouro Direto deve considerar mais que a taxa oferecida.
1. Rentabilidade bruta nem sempre é vantagem real
Cuidado com o efeito ilusão de rendimento.
Muitos bancos estão oferecendo CDBs prefixados entre 14,5% e 15% ao ano, números que chamam atenção. Mas, ao compará-los com os títulos do Tesouro Prefixado 2028 (14,44%) ou 2032 (14,73%), a diferença é mínima — e em muitos casos, o Tesouro ganha.
📉 O que isso significa na prática?
Se você optar por um CDB que paga menos que o Tesouro, estará assumindo mais risco (e menos liquidez) por uma rentabilidade inferior. Em resumo: não vale a pena trocar segurança por tão pouco retorno adicional.
2. Pegadinha do IPCA: Spread baixo compromete o ganho real
Quando olhamos para CDBs atrelados ao IPCA, o alerta aumenta. Algumas ofertas pagam IPCA + 8,16%, o que pode parecer interessante. Mas o Tesouro IPCA 2029, por exemplo, está oferecendo uma taxa próxima ou até superior, com a vantagem da liquidez e menor risco.
O que é o “spread” e por que ele importa?
O spread é a diferença entre a taxa do CDB e a taxa do Tesouro. Quando esse diferencial é pequeno ou inexistente, o CDB perde seu atrativo, já que oferece menos segurança, menos liquidez e igual (ou menor) rendimento.
3. Risco de liquidez: o dinheiro pode ficar preso
Mesmo quando a taxa parece atraente, outro ponto crucial precisa ser considerado: o risco de liquidez. Muitos CDBs têm vencimentos longos (5, 7 ou até 10 anos) e não permitem resgate antecipado sem perdas significativas.
Se você precisar do dinheiro antes do vencimento, pode acabar resgatando com prejuízo. E diferente dos títulos públicos, que podem ser vendidos no Tesouro Direto a qualquer momento (ainda que com oscilação de preço), muitos CDBs não têm essa flexibilidade.
Quando vale a pena investir em CDB?
A resposta está no risco versus retorno. Em casos específicos, como CDBs pagando acima de 17% ao ano, o investimento pode valer a pena — desde que o emissor tenha bom histórico e a classificação de risco seja alta.
Um exemplo recente é um CDB com vencimento em 6 anos oferecendo 17,6% ao ano, o que representa uma diferença de mais de 3% ao ano em relação ao Tesouro Prefixado. Nessa situação, a rentabilidade final pode ser até 20% maior, mas atenção: o risco também sobe.
Dica final: compare sempre com o Tesouro Direto
Antes de investir em qualquer CDB, compare com os títulos do Tesouro Nacional. O Tesouro Direto oferece:
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Maior liquidez;
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Menor risco;
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Taxas geralmente competitivas;
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Transparência e facilidade na negociação.
Se o CDB não oferecer pelo menos 1,5% a 2% a mais ao ano, considere seriamente ficar com os títulos do Tesouro. Especialmente nos prefixados e nos indexados ao IPCA, o spread faz toda a diferença.
O post Alta da Selic em 2025: por que o Tesouro Direto está vencendo os CDBs? apareceu primeiro em O Petróleo.