Recentes análises do Bank of America (BofA) geraram apreensão entre investidores das ações Cemig (CMIG4), Copasa (CSMG4) e Sanepar (SAPR4). Na última avaliação divulgada pelo banco, Cemig e Copasa tiveram suas recomendações reduzidas, enquanto a Sanepar recebeu uma leve melhora, ainda permanecendo em status neutro. A decisão impactou diretamente a cotação dessas empresas, levantando preocupações sobre os dividendos projetados para os próximos anos.
O que motivou os rebaixamentos?
O BofA reduziu a recomendação da Cemig de neutra para venda, justificando a decisão com uma expectativa de redução de 10% no EBITDA para os anos de 2025 e 2026, além de um corte de 15% no preço-alvo, agora estabelecido em R$ 11. Esses ajustes refletem impactos negativos decorrentes das diferenças de preços de energia no mercado e frustrações com o desempenho operacional recente da empresa. Como consequência, espera-se uma forte queda nos dividendos, passando dos atuais 15% para apenas 5% em 2025.
Já no caso da Copasa, a recomendação foi ajustada de compra para neutra. Essa mudança está relacionada a uma visão menos otimista quanto às operações atuais da empresa, sobretudo após os resultados financeiros pouco animadores dos últimos dois trimestres. Adicionalmente, expectativas para dividendos extraordinários foram amplamente reduzidas devido às declarações feitas pela gestão da Copasa durante a teleconferência do quarto trimestre de 2024.
Sanepar respira aliviada, mas investidores ainda têm receios
Em contrapartida, a Sanepar, anteriormente classificada como venda, recebeu uma elevação para neutra. O preço-alvo das ações foi ajustado positivamente em 11%, atingindo R$ 31. O aumento deve-se principalmente às expectativas preliminares positivas sobre a revisão tarifária prevista para 2025, que ultrapassaram as estimativas anteriores em mais de 10%. Apesar desse movimento positivo, analistas alertam que o histórico complicado das revisões tarifárias da agência reguladora GEPAR ainda gera cautela.
Como ficam os dividendos daqui para frente?
Os investidores precisam estar atentos ao novo cenário. No caso da Cemig, a perspectiva é de dividendos consideravelmente menores no curto prazo. Embora a Taxa Interna de Retorno (TIR) atual seja de 11,5%, o banco considera pouco atraente em comparação a outras elétricas privadas.
A Copasa enfrenta um cenário parecido. Mesmo com dividendos razoáveis projetados em torno de 8,68%, há uma expectativa reduzida quanto a dividendos extraordinários devido à recente capitalização de lucros, que praticamente elimina pagamentos extras de curto prazo. Além disso, a empresa enfrenta uma fase intensa de investimentos com retornos previstos somente para médio e longo prazo.
Já a Sanepar, com uma TIR de cerca de 15%, surge como uma alternativa atraente. A empresa está no auge dos investimentos e deverá começar a colher frutos financeiros mais cedo do que a Copasa. Contudo, investidores precisam considerar que os retornos de investimentos no setor de saneamento geralmente demoram, exigindo paciência.
Avaliando os múltiplos e o potencial das empresas
Analisando os múltiplos tradicionais, a Cemig apresenta um dos menores índices P/L (Preço sobre Lucro), indicando um preço mais descontado, seguida pela Sanepar e Copasa. Entretanto, no múltiplo EV/RAB (Valor da Empresa sobre Base de Ativos Regulatórios), a Sanepar lidera com o maior desconto (33,5%), seguida pela Copasa com desconto de 28,6%. Esse múltiplo indica um potencial de valorização significativo caso haja uma melhoria regulatória ou eventual privatização no futuro.
Perspectivas e recomendações para investidores
Investidores interessados nessas empresas precisam avaliar seu perfil cuidadosamente. Se o foco é receber dividendos altos no curto prazo, a Cemig e a Copasa podem não ser as melhores escolhas neste momento. Por outro lado, investidores com visão de longo prazo podem encontrar valor significativo na Sanepar, dadas as condições atuais de desconto e perspectivas futuras mais otimistas.
Fica o alerta para acompanhar de perto as próximas revisões tarifárias e atualizações financeiras trimestrais dessas empresas, fundamentais para guiar decisões estratégicas em relação aos dividendos e potenciais retornos sobre os investimentos.
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