O mês de abril tem sido particularmente desafiador para os investidores da Azul (AZUL4), com as ações da companhia aérea enfrentando uma queda acentuada de 47%, quase todo o recuo registrado no ano de 2025. A depreciação dos papéis veio após o anúncio de um aumento de capital realizado pela empresa, que envolveu uma oferta pública de distribuição primária e ações preferenciais.
Reação dos Investidores ao Aumento de Capital
A Azul anunciou que irá emitir 464 milhões de novas ações ao preço unitário de R$ 3,58, totalizando R$ 1,7 bilhão. A reação do mercado foi imediata e negativa, com as ações da companhia caindo mais de 14% no início do pregão em 28 de abril. Por volta das 15h40, as ações da Azul estavam cotadas a R$ 1,88, um valor significativamente abaixo do registrado em março, quando as ações estavam sendo negociadas por R$ 3,15.
O aumento de capital gerou uma diluição significativa para os acionistas minoritários. Segundo análises de especialistas, a diluição pode chegar a impressionantes 85%, considerando não apenas o aumento de capital, mas também outras medidas de gestão de passivos tomadas pela companhia.
O Papel do Aumento de Capital no Reajuste da Dívida
De acordo com informações contidas no fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Azul está realizando uma série de ações para equalizar suas dívidas. Entre essas ações, destacam-se a emissão de 96 milhões de ações destinadas a arrendadores como parte do acordo para reestruturar US$ 557 milhões em dívidas da empresa, além do recente aumento de capital de US$ 12 milhões e a conversão de debêntures.
Impacto das Recomendação de Bancos e Analistas
O J.P. Morgan, um dos maiores bancos de investimento do mundo, retirou seu preço-alvo de R$ 9,50 para as ações da Azul e manteve sua recomendação neutra para os papéis da companhia aérea. O banco destacou a diluição substancial que os acionistas minoritários enfrentarão com essas novas emissões de ações, o que pode afetar a percepção do valor da empresa no futuro próximo.
Expectativas para o Futuro da Azul
Enquanto a companhia tenta reduzir sua dívida e melhorar sua estrutura financeira, o aumento de capital e a diluição dos acionistas minoritários geram incertezas sobre o futuro da empresa. Investidores permanecem cautelosos, aguardando novos desdobramentos e as possíveis implicações das reestruturações para o valor das ações da Azul.
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