A Gerdau vai surpreender em 2025? Tudo sobre ações, dividendos e valorização esperada

A Gerdau, uma das maiores siderúrgicas das Américas, pode estar prestes a entrar em um novo ciclo de valorização. Com presença forte nos Estados Unidos, a empresa pode sair na frente em 2025 caso a tarifa de 25% sobre o aço importado entre em vigor — uma medida proposta por Donald Trump e que promete mudar o jogo no setor siderúrgico global.

Com 11,7 milhões de toneladas de aço bruto produzidas em 2024, a Gerdau se destaca por sua estrutura internacional, sua governança robusta e seu modelo sustentável. Mas será que os fundamentos são suficientes para justificar uma recomendação de compra? A seguir, uma análise completa.

Presença global, estrutura sólida e sustentabilidade

A Gerdau opera em sete países, com destaque para Brasil, EUA, Canadá, México, Argentina, Uruguai e Peru. Possui 29 unidades de produção, 71 lojas comerciais, 30 mil funcionários e um portfólio robusto que inclui tarugos, vergalhões, aço dobrado, bobinas laminadas a quente (HRC) e fios de aço.

Um diferencial competitivo importante é o uso de sucata como matéria-prima em boa parte de suas plantas — o que torna suas operações mais sustentáveis e menos dependentes de minério de ferro.

Além disso, a empresa detém 250 mil hectares de florestas para produção de carvão vegetal, sendo a maior produtora do mundo nesse segmento.

Desempenho financeiro em 2024: queda generalizada, mas já precificada

O ano de 2024 não foi dos melhores. As receitas caíram 3,2%, o lucro bruto recuou 18,8% e o EBIT ajustado caiu 20%. O lucro líquido foi ainda mais afetado, com forte impacto de despesas financeiras e da correção de dívidas em dólar. A dívida líquida subiu para R$ 5,36 bilhões no 4T24, mas segue saudável com alavancagem de apenas 0,5x EBITDA.

As razões para a queda incluem:

  • Forte concorrência de aço importado da China, que representa até 70% do total.

  • Ineficiência do sistema de cotas tarifárias brasileiro.

  • Redução do preço médio do aço na América do Norte.

Estados Unidos: onde está o maior potencial de recuperação

A América do Norte representou 38,5% da receita da Gerdau em 2024, mesma fatia que o Brasil. Com quatro plantas nos EUA, a empresa está bem posicionada para capturar o efeito positivo de tarifas de 25% sobre o aço importado — medida que deve entrar em vigor em março de 2025 caso confirmada pela gestão Trump.

Além disso, há expectativa de:

  • Retomada da demanda no setor de infraestrutura;

  • Aquecimento na construção não residencial;

  • Recuperação de backlog (carteira de pedidos) nos EUA.

Segmento de aços especiais: destaque positivo

Usados em chassis de caminhões, carros e tratores, os aços especiais — produzidos no Brasil e EUA — apresentaram desempenho superior. A receita líquida cresceu 3,5% em 2024 e o EBITDA avançou 16%, impulsionados pela forte demanda do setor automotivo brasileiro.

Projeções para 2025: crescimento modesto, mas consistente

A Levante Investimentos projeta crescimento de receita de 5% em 2025, com margens em recuperação, especialmente na América do Norte. O EBITDA projetado para o ano é de R$ 11,7 bilhões.

Dividendos esperados:

  • R$ 0,76 por ação em 2025 (DY de 4,6%)

  • R$ 0,90 por ação em 2026 (DY de 5,4%)

Valuation atrativo:

  • EV/EBITDA estimado em 3,4x para 2025, abaixo da média histórica de 4,5x.

  • Preço-alvo estimado pela Levante: R$ 23,00 (upside de 38%)

  • Preço-alvo de analistas: R$ 25,10 a R$ 27,00 (até 51% de valorização potencial)

Governança e estrutura acionária: transparência e controle familiar

A Gerdau SA é controlada pela Metalúrgica Gerdau, que possui 43,29% das ONs e 31,8% das PNs. Ambas as empresas são listadas no Nível 1 da B3, com tag along de 100% para todas as ações.

Destaques de governança:

  • Conselho de administração com membros independentes e da família controladora.

  • Divulgação transparente de metas de remuneração executiva.

  • Alta liquidez em GGBR4, inclusive com ADRs negociados nos EUA.

Riscos: concorrência chinesa e instabilidade no Brasil

Apesar do otimismo, o cenário ainda apresenta riscos:

  • Brasil: possível deterioração macroeconômica e aumento da importação de aço.

  • Dólar: uma queda significativa da moeda americana impacta negativamente os resultados vindos do exterior.

  • China: risco de desvio de exportações chinesas para o Brasil caso os EUA restrinjam suas importações.

O próprio CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, já alertou que, se o governo brasileiro não adotar medidas de defesa comercial, a empresa pode revisar seus planos de investimento no país.

Qual Gerdau comprar: GGBR4 ou GOAU4?

Ambas as ações pertencem ao mesmo grupo, mas GOAU4 — que representa a holding controladora — costuma negociar com desconto em relação ao valor dos ativos que detém da Gerdau SA.

Atualmente, o desconto está em 21%, nível histórico médio. Ou seja, tanto faz: escolha a mais líquida ou a que se encaixa melhor em sua estratégia.

Recomendação final: manter ou comprar com cautela

A recomendação da Levante e da maioria dos analistas é de compra, com peso de 5% da carteira. O setor apresenta oportunidades relevantes para 2025, mas também carrega riscos que justificam uma exposição moderada.

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