Pré-fixado, IPCA+ ou Selic? A melhor estratégia em renda fixa para 2025, segundo especialistas

Com a taxa Selic em 14,25% e a inflação projetada acima da meta oficial, o investidor brasileiro se depara com um cenário desafiador, mas também cheio de oportunidades na renda fixa. A dúvida que surge é: qual a melhor alocação entre títulos pós-fixados, IPCA+ e pré-fixados?

Neste artigo, você vai entender como combinar essas opções de forma estratégica, considerando fatores como risco, rentabilidade e proteção contra a inflação.

Selic elevada: o que esperar dos juros nos próximos anos?

Após o Banco Central elevar a Selic para 14,25%, o mercado projeta que os juros podem alcançar até 15% antes de iniciar um ciclo de queda, previsto apenas para o segundo semestre de 2026. A curva de juros futura reflete essa expectativa, indicando que os rendimentos da renda fixa devem continuar atraentes no curto prazo, mas podem diminuir gradualmente nos anos seguintes.

Essa dinâmica influencia diretamente as escolhas entre os diferentes tipos de títulos disponíveis no mercado.

Pós-fixados: segurança e previsibilidade

Os títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic, são a escolha mais conservadora e oferecem rendimento atrelado ao CDI. Com a Selic nos níveis atuais, garantem cerca de 1% ao mês, com baixa volatilidade e sem risco de perdas nominais.

Porém, se a Selic começar a cair, a rentabilidade desses papéis diminui proporcionalmente. Uma simulação mostra que, com Selic a 14,25% e inflação projetada de 6%, o retorno real fica em torno de 6% ao ano. Caso a Selic caia para 10%, mantendo a inflação em 6%, o retorno real pode cair para cerca de 2,5% ao ano.

IPCA+: proteção contra a inflação e potencial de valorização

Os títulos atrelados ao IPCA+ oferecem uma rentabilidade real (acima da inflação) e ainda podem se valorizar em cenários de queda dos juros, graças ao mecanismo de marcação a mercado. Atualmente, é possível encontrar papéis com taxas acima de IPCA+ 7,5% ao ano, o que representa um ganho expressivo em termos reais.

Contudo, o prazo do título influencia a volatilidade. Títulos mais longos, como o IPCA+ 2045, apresentam maior sensibilidade às oscilações dos juros (duration e convexidade mais elevadas), o que pode gerar ganhos ou perdas expressivas no curto prazo. Já títulos mais curtos, como o IPCA+ 2029, oferecem menor volatilidade, mas também menor potencial de valorização.

Pré-fixados: o maior potencial de ganho, mas com riscos

Os títulos pré-fixados oferecem a vantagem de garantir uma taxa de juros definida no momento da compra, o que pode ser extremamente vantajoso se a inflação e os juros caírem ao longo do tempo. Se a inflação projetada para os próximos anos recuar para a meta de 3%, por exemplo, o pré-fixado tende a entregar uma rentabilidade real superior ao IPCA+.

No entanto, o grande risco é depender de fatores externos, como o controle da inflação e as decisões do Banco Central. Caso essas expectativas não se concretizem, o investidor pode ficar preso a uma taxa abaixo do ideal.

Como montar uma carteira diversificada de renda fixa

Uma estratégia equilibrada de renda fixa para 2025 pode incluir uma combinação dos três tipos de títulos, garantindo proteção, rentabilidade e diversificação de riscos. Veja uma alocação sugerida:

  • 50% em títulos pós-fixados (Tesouro Selic ou equivalentes), garantindo liquidez e segurança.

  • 30% em títulos IPCA+ de médio prazo, proporcionando proteção contra a inflação e potencial valorização com a queda dos juros.

  • 20% em títulos pré-fixados, para aproveitar as taxas atuais e aumentar o retorno caso os juros recuem.

Essa distribuição busca equilibrar o risco de marcação a mercado, potencializar os ganhos em diferentes cenários econômicos e garantir estabilidade ao portfólio.

Crédito privado: uma alternativa para diversificar

Além dos títulos públicos, incluir ativos de crédito privado, como CDBs, LCIs e LCAs, pode elevar a rentabilidade da carteira. Estes ativos, quando protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), oferecem segurança adicional, além de retornos superiores aos papéis públicos em muitos casos.

A recomendação é priorizar títulos de instituições sólidas e, quando possível, diversificar entre diferentes emissores para mitigar riscos.

A importância de evitar especulações com a marcação a mercado

Embora a marcação a mercado possa gerar ganhos expressivos em ciclos de queda dos juros, essa estratégia demanda conhecimento técnico e tempo para monitorar o mercado. Para a maioria dos investidores, tentar prever o movimento da curva de juros pode resultar em decisões precipitadas e perdas financeiras.

O ideal é adotar uma estratégia sistematizada, com alocação equilibrada entre diferentes tipos de ativos, revisando periodicamente a carteira sem depender de previsões de curto prazo.

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