GGRC11 surpreende: entenda por que a nova emissão de cotas a R$11,32 pode ser uma jogada genial

O fundo imobiliário GGRC11 anunciou sua nona emissão de cotas ao valor patrimonial de R$11,32 — um movimento que chamou atenção do mercado, especialmente porque a cota é negociada atualmente a cerca de R$9,80. Para muitos investidores, surge a dúvida: por que o gestor faria isso? E quem toparia pagar mais caro por algo que está mais barato no mercado?

Apesar da aparente contradição, a decisão tem uma justificativa estratégica. E entender esse raciocínio é essencial para qualquer investidor que queira aprofundar sua análise de FIIs — e especialmente para os cotistas do GGRC11.

A lógica por trás da emissão a valor patrimonial

Em um primeiro olhar, a decisão do GGRC11 parece incoerente: por que emitir novas cotas a R$11,32 se o mercado está pagando apenas R$9,80? A resposta começa com a finalidade da captação: a compra de quatro imóveis do portfólio do HELG11, outro fundo imobiliário, no valor de R$133,4 milhões.

A jogada foi a seguinte: em vez de buscar recursos no mercado a qualquer preço — o que diluiria os atuais cotistas e ainda penalizaria a cota patrimonial —, o GGRC11 fez um acordo direto com o HELG11. O fundo não receberá o pagamento em dinheiro, mas sim em cotas do próprio GGRC11, emitidas a valor patrimonial. Assim, a emissão cumpre seu objetivo (expandir o portfólio) sem prejudicar quem já é cotista.

Por que o HELG11 aceitou essa proposta?

A resposta está no interesse mútuo. O HELG11 quer se desfazer dos ativos e vê no acordo uma forma de transformar imóveis em ativos líquidos, recebendo dividendos mensalmente com as cotas do GGRC11. É vantajoso porque:

  • Os imóveis estão avaliados em R$133 milhões.

  • O valor patrimonial das cotas do GGRC11 é de R$11,32.

  • Isso dará ao HELG11 aproximadamente 11,78 milhões de cotas.

  • Com um pagamento estimado de R$0,10 por cota, o fundo passa a receber cerca de R$1,17 milhão mensais em dividendos.

Ou seja: o HELG11 troca ativos imóveis por renda passiva isenta de IR, em um momento estratégico.

E o cotista do GGRC11? Ganha ou perde?

A subscrição pode assustar quem está acostumado a ver emissões abaixo do valor de mercado — especialmente porque poucos cotistas vão querer exercer o direito a R$11,32 quando a mesma cota está a R$9,80 no home broker.

Mas neste caso, a emissão foi feita para um comprador específico, e não depende da adesão em massa dos cotistas. A gestão preferiu não recorrer a CRIs ou endividamentos mais agressivos, o que traria riscos adicionais. Assim:

  • Evita diluição dos cotistas atuais;

  • Garante expansão patrimonial com menor alavancagem;

  • Mantém o valor da cota patrimonial respeitado.

Para o cotista, o reflexo pode ser positivo no longo prazo, especialmente se os imóveis adquiridos melhorarem a diversificação e aumentarem a receita com aluguéis.

Atualizações importantes no portfólio do GGRC11

Além da aquisição dos ativos do HELG11, o fundo também comunicou outras movimentações relevantes:

Saída da Suzano

  • A Suzano optou por não renovar o contrato de aluguel com o fundo.

  • A empresa pagará R$13 milhões como multa.

  • O imóvel representava 3,76% da receita mensal do fundo.

Novos contratos

  • Renovação com a Magna do Brasil até 2030, com reajuste pelo IPCA.

  • Novo contrato com subsidiária da Ambev em Pelotas, válido até 2030, com aluguel de R$340 mil mensais.

Essas mudanças demonstram gestão ativa na reposição de locatários e manutenção da geração de receita — algo fundamental em fundos de logística.

Como anda a alavancagem e a saúde financeira do fundo?

Segundo o relatório gerencial mais recente, o GGRC11 apresenta uma alavancagem via CRI de 14,42% — considerada saudável para fundos de tijolo. A gestão também vem discriminando detalhadamente suas obrigações e custos, o que melhora a transparência com os investidores.

Outros pontos de destaque:

  • Distribuição média de R$0,10 por cota/mês;

  • Taxa de administração inferior a 10% da receita — um bom sinal de eficiência;

  • Potencial lucro extraordinário de R$0,04 por cota com a venda do galpão de Pirituba.

Vale a pena entrar agora no GGRC11?

A cota está sendo negociada com desconto de 13% sobre o valor patrimonial. Isso, somado à emissão inteligente e às movimentações recentes da gestão, indica uma boa margem de segurança para quem deseja investir no fundo.

Além disso, comparado a concorrentes como o GAR11, o GGRC11 apresenta maior desconto patrimonial, apesar de dividendos semelhantes — o que eleva seu potencial de valorização no médio prazo, caso o mercado corrija esse desconto.

O post GGRC11 surpreende: entenda por que a nova emissão de cotas a R$11,32 pode ser uma jogada genial apareceu primeiro em O Petróleo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Review Your Cart
0
Add Coupon Code
Subtotal

 
Rolar para cima