Em meio a um cenário de juros elevados, mudanças no crédito imobiliário e reestruturações no programa Minha Casa Minha Vida, a Caixa Seguridade (CXSE3) se destaca como uma das apostas mais promissoras da Bolsa. Com recomendação elevada para “compra” pelo BTG Pactual e dividend yield projetado em 8% para 2025, a seguradora estatal oferece uma rara combinação entre renda passiva constante e potencial de valorização de capital.
BTG reforça a aposta: preço-alvo em R$ 19 e elevação da recomendação
O BTG Pactual atualizou seu relatório sobre o setor de seguros no dia 2 de abril e elevou a recomendação da Caixa Seguridade de neutra para compra, mantendo o preço-alvo em R$ 19. O movimento veio em contraste com a BB Seguridade (BBSE3), que foi rebaixada de “compra” para “neutra” após forte valorização recente.
Na visão dos analistas, CXSE3 ainda não precificou totalmente seu potencial de lucros e distribuição de dividendos para os próximos trimestres, o que abre espaço para valorização de até 26% em relação à cotação atual, que gira em torno de R$ 15.
Dividendos trimestrais e projeção atraente para 2025
Diferente de muitos players do setor que pagam proventos apenas semestralmente, a Caixa Seguridade adota uma política de dividendos trimestrais, garantindo fluxo constante de renda ao investidor.
Em 2024, a companhia distribuiu R$ 1,60 por ação, e a projeção para 2025 é de R$ 1,28, considerando um payout de 91% sobre o lucro estimado. Isso representa um dividend yield de 8% ao preço atual — uma taxa ainda atrativa mesmo diante da expectativa de queda no lucro setorial.
Evolução dos dividendos (em R$/ação):
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2021: R$ 0,24
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2022: R$ 0,65
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2023: R$ 1,00
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2024: R$ 1,60
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2025 (projeção): R$ 1,28
Além disso, o dividendo de R$ 0,32 já está em aberto para pagamento em 15 de maio, desde que o investidor esteja posicionado na ação até o fechamento de 30 de abril.
Minha Casa Minha Vida Faixa 4: uma nova fronteira no crédito imobiliário
A proposta de criação da Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, destinada a famílias com renda de até R$ 12 mil, pode beneficiar tanto o setor da construção civil quanto a própria Caixa Seguridade. A medida pretende aliviar pressões no financiamento habitacional, que deve cair em 2025 após crescimento expressivo em 2024.
O governo federal estuda utilizar recursos dos royalties do pré-sal e do fundo social para subsidiar essa nova faixa, ampliando o acesso à moradia em um contexto de imóveis mais caros — uma casa que custava R$ 200 mil hoje vale até R$ 600 mil.
Essa expansão tende a manter o ritmo de emissão de prêmios e contratos da Caixa Seguridade, consolidando sua atuação como braço de seguros do maior banco de crédito imobiliário do país.
Valuation e histórico de performance da ação
Desde seu IPO em 2021, CXSE3 apresentou valorização superior a 100%, mesmo com oscilações no mercado e aumento dos juros. Com um preço sobre lucro (P/L) de 12 vezes, a ação ainda está relativamente descontada frente a pares do setor.
O preço justo calculado por modelos simplificados, como o de Benjamin Graham, aponta para R$ 11. No entanto, como o próprio mercado reconhece, essa fórmula não é ideal para seguradoras, cujos lucros seguem dinâmica distinta. Avaliações mais refinadas por fluxo de caixa indicam que o preço-alvo de R$ 18 a R$ 19 é plausível.
Indicadores fundamentais (atualizados)
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Preço atual: R$ 15,00
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Preço-alvo BTG: R$ 19,00
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Dividend Yield (últimos 12 meses): 9%
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Dividend Yield (2025 projetado): 8%
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P/L (Preço sobre Lucro): 12x
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Payout estimado: 91%
Gráfico técnico: região de resistência e potencial de alta
No gráfico de curto prazo, a ação encontrou resistência na região de R$ 16,50, mas permanece dentro de uma tendência de alta, com suporte bem definido próximo a R$ 14,35 — considerado o preço-teto para novas entradas por alguns analistas.
Para os investidores que desejam montar posição, queda para essa região pode representar ponto de entrada estratégico, mirando um novo impulso com potencial para superar os R$ 18 nos próximos meses.
O post Caixa Seguridade (CXSE3): oportunidade única de renda com dividendos trimestrais e valorização de até 26% apareceu primeiro em O Petróleo.