Alerta nos mercados: Tarifas de Trump podem sacudir a economia global na quarta-feira

Nesta quarta-feira, 2 de abril de 2025, entrou no radar dos investidores globais como um dos dias mais aguardados (e temidos) do ano. A data marca o início das novas tarifas comerciais anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump, reacendendo incertezas sobre inflação, crescimento econômico e estabilidade do mercado financeiro.

A expectativa é tão forte que a bolsa americana já vem apresentando sinais claros de instabilidade, com quedas expressivas e uma volatilidade acima da média nas últimas semanas — especialmente no setor de tecnologia.

Como o mercado reagiu às primeiras notícias

Na última segunda-feira de março, os índices Nasdaq e S&P 500 começaram o dia em queda acentuada. A Nasdaq chegou a cair 2%, encerrando com leve recuo de -0,14%, enquanto o S&P 500 fechou em alta de 0,55%, após recuperação parcial. A forte oscilação reflete a insegurança dos investidores diante do cenário inflacionário e da instabilidade política.

Os papéis de empresas de tecnologia foram os mais afetados. Nomes como Microsoft, Palantir e Nvidia registraram perdas significativas. Em contraste, ações de setores considerados defensivos, como bens essenciais e energia, fecharam em alta — um reflexo do movimento típico de proteção do capital em tempos incertos.

Volatilidade em Março: Um mês fora do comum

O mês de março registrou cinco dias com quedas superiores a 2% na Nasdaq — algo raro historicamente. Desde 1971, momentos de quedas tão intensas em sequência ocorreram poucas vezes, o que reforça o sinal de alerta.

Além disso, o S&P 500 já acumula uma queda de mais de 5% desde fevereiro. Enquanto isso, setores como bens não essenciais, representados por empresas como Nike e Starbucks, sofreram perdas acima de 15%. Em contrapartida, supermercados e outras companhias de consumo básico se mantêm resilientes.

Expectativas do PIB americano: divergência entre Fed e mercado

Outro fator que colabora para o clima de incerteza é a revisão nas projeções do PIB dos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed) reduziu sua previsão de crescimento de 4% no início do ano para -2%, sinalizando uma possível recessão.

Já as grandes instituições financeiras e as próprias big techs mantêm uma visão mais otimista: elas ainda projetam um crescimento próximo a 1,5% até o fim do ano, apesar de lucros mais contidos no primeiro trimestre.

Esse desencontro de perspectivas entre o banco central e o mercado privado contribui para a instabilidade, alimentando dúvidas sobre o rumo da política monetária e o impacto das novas tarifas.

O que esperar da “quarta-feira da libertação”?

O ponto alto dessa tensão está marcado para esta quarta-feira, chamada nos bastidores de Liberation Day. Nessa data, devem entrar em vigor as chamadas tarifas recíprocas propostas por Trump, que atingirão uma variedade de produtos importados de todos os países, não apenas os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos.

Entre os alvos principais estão automóveis, aço, alumínio e energia. De acordo com o próprio Trump, não haverá exceções: as tarifas serão aplicadas de forma ampla. Essa postura mais agressiva reacende temores de guerra comercial e pressiona diretamente a inflação.

A tabela divulgada pela CNBC mostra tarifas atuais — como 25% sobre produtos do México e do Canadá — e o que poderá entrar em vigor a partir de 2 de abril. As tarifas projetadas incluem novos tributos sobre automóveis, que podem gerar impactos significativos na cadeia produtiva global.

Impacto potencial na inflação e no crescimento

Segundo nota recente do Goldman Sachs, o aumento dessas tarifas pode ter dois efeitos imediatos: elevação da inflação e desaceleração do PIB americano. Essa previsão dialoga com os alertas do próprio Fed, que já revisou para baixo suas projeções de crescimento.

E mais: o índice PCE (índice de preços ao consumidor, excluindo energia e alimentos), monitorado de perto pelo Fed para calibrar a taxa de juros, veio acima do esperado em fevereiro. Ainda que o desvio tenha sido de apenas 0,1 ponto percentual, ele foi suficiente para acender um novo sinal de alerta no mercado.

Com a inflação dando sinais de retomada e as tarifas podendo reforçar essa tendência, investidores temem que o Fed tenha que postergar cortes de juros ou até considerar novas altas — o que poderia alterar drasticamente o cenário para 2025.

O que dizem os dados históricos?

Um estudo recente mostra que, nos últimos 40 anos, quando a bolsa americana cai de seu pico, a média de recuo é de cerca de 10%. Atualmente, a Nasdaq acumula uma queda próxima a esse número, enquanto o S&P 500 recuou pouco mais de 5%.

Portanto, apesar da apreensão, o movimento ainda está dentro da média histórica. Tudo depende agora do desfecho desta semana. A depender da postura oficial de Trump e da reação do mercado, a quarta-feira pode marcar uma nova fase para a economia americana — seja de ajuste, de retomada ou de intensificação da crise.

Fique atento à quarta-feira

As tarifas de Trump não são apenas um movimento de política comercial: elas estão no centro de uma complexa teia que envolve inflação, juros, crescimento e confiança do investidor.

Se você acompanha o mercado financeiro, este é o momento de redobrar a atenção. Os próximos dias podem definir o rumo dos investimentos em 2025.

O post Alerta nos mercados: Tarifas de Trump podem sacudir a economia global na quarta-feira apareceu primeiro em O Petróleo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima
Review Your Cart
0
Add Coupon Code
Subtotal