A temporada de anúncios de dividendos já começou com força, e duas grandes companhias da Bolsa de Valores brasileira se destacam: JHSF3 e CMIG4. Enquanto a JHSF confirmou o pagamento de dividendos mensais até o final de 2025, a Cemig adotou uma estratégia mais conservadora, optando por reter lucros e fortalecer sua reserva patrimonial.
JHSF3: dividendos aprovados até dezembro de 2025
A JHSF Participações, conhecida por atuar no setor de alto padrão — com shopping centers, empreendimentos imobiliários de luxo e o aeroporto executivo Catarina — anunciou dividendos intermediários com base nos lucros acumulados até 2024.
Pagamento mensal: previsibilidade para o investidor
A companhia confirmou o repasse de R$ 0,03 por ação aos seus acionistas. Os pagamentos serão realizados mensalmente, iniciando em abril de 2025 e seguindo até dezembro do mesmo ano. As datas de pagamento incluem abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro.
Essa continuidade reforça o compromisso da empresa com a geração de valor ao acionista e se alinha à estratégia iniciada em 2024, quando a JHSF também adotou a prática de dividendos mensais.
Rentabilidade mesmo em cenário econômico desafiador
Apesar das incertezas do mercado macroeconômico, a JHSF apresentou bons resultados em 2024, com destaque para aumento do lucro líquido e margens elevadas. O desempenho positivo está diretamente relacionado ao público de altíssima renda atendido pela empresa, que é menos sensível às oscilações econômicas.
Empresas com esse perfil geralmente mantêm uma rentabilidade acima da média, e a JHSF tem explorado esse diferencial com maestria — o que torna sua política de dividendos ainda mais atrativa para quem busca renda passiva consistente.
CMIG4: R$ 1,8 bilhão em dividendos e retenção de lucros em alta
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) também trouxe novidades importantes. A empresa divulgou uma proposta a ser votada em Assembleia no dia 30 de abril de 2025, que inclui a distribuição de R$ 1,8 bilhão em dividendos.
Lucros retidos: estratégia conservadora em meio à incerteza
Apesar da cifra bilionária em proventos, a Cemig optou por reter R$ 2,9 bilhões em sua conta de reserva de lucros, reforçando o patrimônio líquido da empresa, que passou de R$ 24,0 bilhões para R$ 27,3 bilhões.
Essa decisão é estratégica: com um cenário econômico ainda instável no Brasil e no setor elétrico, a companhia preferiu preservar caixa e manter margem de manobra para decisões futuras — como possíveis investimentos, aquisições ou bonificações.
Bonificação futura ainda é possível
Embora a Cemig tenha decidido não realizar uma bonificação agora, um aditivo no Estatuto Social da empresa permite que o capital social seja ampliado em até 10%, o que abre espaço para uma eventual emissão de ações e bonificação futura — seja ainda em 2025 ou apenas em 2026.
Essa sinalização mantém o otimismo de parte dos investidores, que seguem atentos à próxima Assembleia.
Comparativo: JHSF x Cemig — o que esperar como acionista
| Empresa | Tipo de Provento | Valor Total | Frequência | Reserva de Lucros | Bonificação |
| JHSF3 | Dividendos | R$ 187 milhões | Mensal (abril a dez/25) | Moderada | Não prevista |
| CMIG4 | Dividendos | R$ 1,8 bilhão | A definir | Alta (R$ 2,9 bi) | Possível em 2025/26 |
O que isso significa para o investidor?
Tanto a JHSF quanto a Cemig estão oferecendo propostas sólidas para remuneração de acionistas. A JHSF aposta na previsibilidade com pagamentos mensais, atraente para quem deseja fluxo de caixa constante. Já a Cemig adota cautela, o que pode ser positivo em cenários adversos, reforçando a sustentabilidade financeira da empresa no longo prazo.
Para o investidor, a escolha entre essas ações pode depender do perfil:
- Quem busca renda recorrente e exposição ao setor imobiliário de luxo pode se interessar por JHSF3.
- Quem prefere empresas resilientes, do setor elétrico e com potencial de valorização patrimonial, pode achar atrativa a CMIG4.
Foco na qualidade dos proventos
O início de 2025 mostra que as boas pagadoras de dividendos continuam firmes em sua política de valorização do acionista. Seja com pagamentos mensais ou com retenção estratégica de lucros, empresas como JHSF e Cemig mantêm-se como referências em distribuição de proventos na B3.
Para quem busca investimentos sólidos e retorno consistente, acompanhar esses movimentos pode ser o diferencial para uma carteira mais rentável.
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