Cemig está barata? Veja qual vale mais a pena investir em CMIG3 ou CMIG4 em 2025

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está novamente no radar dos investidores. Com bons resultados financeiros, dividendos generosos no histórico recente e ruídos sobre mudanças no controle acionário, muitos se perguntam: vale mais a pena investir em CMIG3 ou CMIG4? Este artigo aprofunda os prós, contras e expectativas para cada papel, com foco em dividendos, valuation, risco de tag along e cenário de privatização.

O que diferencia CMIG3 e CMIG4?

As ações da Cemig são negociadas sob dois tickers: CMIG3 (ordinária) e CMIG4 (preferencial). Cada uma tem características que impactam diretamente o perfil de risco e retorno do investidor:

  • CMIG3 (ordinária):

    • Baixa liquidez no mercado.

    • 80% de tag along, o que garante proteção em caso de mudança de controle da empresa.

    • Mais indicada para pequenos investidores que buscam segurança jurídica.

  • CMIG4 (preferencial):

    • Alta liquidez, preferida por grandes investidores institucionais.

    • Sem tag along.

    • Melhor retorno percentual em dividendos, já que seu preço de mercado tende a ser inferior ao da ordinária.

Conclusão inicial: para quem busca dividendos e já tem gestão de risco ajustada, a preferencial (CMIG4) pode ser atrativa. Para quem prioriza segurança em eventuais mudanças societárias, a CMIG3 oferece mais garantias.

Riscos e oportunidades com o tag along

A ausência de tag along na CMIG4 levanta preocupações sobre uma eventual troca de controle, seja por privatização ou federalização. Em tese, sem tag along, o investidor minoritário da preferencial pode ficar de fora de um possível prêmio pago ao controlador majoritário em uma oferta pública.

No entanto, o mercado parece não precificar esse risco com tanto pessimismo. A CMIG4 tem se valorizado, mesmo com os ruídos sobre mudanças de controle. Isso mostra que os investidores acreditam que:

  • Uma eventual transição seria feita de forma estruturada.

  • Mudanças no estatuto social poderiam ser discutidas antes de qualquer reorganização societária.

  • Queimar o filme com o mercado seria prejudicial demais para uma companhia listada há décadas na Bolsa.

A empresa continua barata? Olhando os fundamentos

Balanço sólido e crescimento contínuo

A Cemig apresenta um cenário financeiro robusto:

  • Receitas, lucros e margens crescentes ao longo dos últimos trimestres.

  • ROE e lucro líquido em alta.

  • Indicadores de endividamento em queda.

  • Ebitda crescente, o que reduz a alavancagem da empresa.

Esses fundamentos sustentam a ideia de que a ação, especialmente a preferencial, ainda apresenta um certo desconto, apesar da alta recente.

Valuation atrativo

  • Preço/Lucro (P/L) abaixo de 5x para CMIG4 — considerado barato para o setor.

  • EV/Ebitda em queda, sinalizando que o valor de mercado da empresa está defasado em relação à sua geração de caixa.

  • Negociação ligeiramente acima do valor patrimonial (1,3x), mas compensada por crescimento no patrimônio.

Estimativa de preço justo gira em torno de R$ 13,50 a R$ 14,00, enquanto a CMIG4 oscila na casa dos R$ 11.

E os dividendos da Cemig em 2025?

O grande atrativo das ações da Cemig nos últimos anos tem sido seu alto dividend yield. No entanto, a companhia deve entrar em um ciclo mais agressivo de investimentos, sobretudo na área de distribuição — o que pode reduzir temporariamente a distribuição de proventos.

Estimativas para os próximos anos:

  • Dividendos esperados em torno de R$ 0,80 por ação.

  • Dividend yield estimado entre 7% e 8%, bem abaixo dos patamares históricos acima de 12%.

Ainda assim, para quem busca consistência e segurança, o rendimento continua competitivo.

Por que alguns analistas estão recomendando venda?

O banco JP Morgan recentemente rebaixou sua recomendação para as ações da Cemig, citando dois pontos principais:

  1. Possível queda nos dividendos no curto prazo, como já mencionamos.

  2. Incerteza sobre a privatização, que pode desanimar investidores que esperam valorização rápida.

Mas atenção: essas recomendações têm viés de curto prazo. Se seu foco é construção de patrimônio no longo prazo, a tese permanece forte, desde que as ações estejam abaixo do seu preço teto.

Diversificação é a chave para investir em elétricas

Mesmo com fundamentos sólidos, não é recomendável concentrar sua carteira apenas em Cemig. O ideal é compor uma carteira com duas ou três elétricas complementares, especialmente para suavizar impactos nos ciclos de investimento.

Outras boas pagadoras de dividendos no setor:

  • Taesa (TAEE11): Política de distribuir até 100% do lucro em 2025.

  • CPFL Energia (CPFE3): Proposta de R$ 2,79 por ação já anunciada.

  • Engie Brasil (EGIE3): Antecipou investimentos e deve voltar a pagar 100% do lucro em breve.

  • Copel (CPLE6): Reestruturação após privatização pode aumentar o payout a partir de 2026.

  • Eletrobras (ELET3/ELET6): Possibilidade de adoção de política de dividendos mais agressiva.

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