Em meio à volatilidade do mercado de commodities, duas empresas chamam atenção dos investidores pela forte presença no setor de mineração: Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3). Enquanto a Vale mantém sua trajetória colada à cotação do minério de ferro, a CSN Mineração surpreende com alta expressiva, crescimento nos dividendos e movimentações estratégicas que podem favorecer quem busca retorno mais agressivo.
Mas qual delas apresenta a melhor relação entre risco e retorno em 2025? A resposta depende do seu perfil de investidor — e a análise completa abaixo revela os detalhes que podem te ajudar a decidir.
Desempenho em 12 meses: agilidade versus estabilidade
Nos últimos 12 meses, a ação da CSN Mineração acumulou uma valorização de cerca de 31%, frente a uma performance mais contida da Vale, que oscilou de acordo com os contratos futuros do minério de ferro com teor de 62% — produto vendido por ambas.
Essa diferença se explica principalmente pelo tamanho e pela estrutura das companhias. A Vale é um “transatlântico”, com alto valor de mercado e grande volume de negociação, o que torna seus movimentos mais lentos. Já a CSN Mineração, com porte menor, reage com mais agilidade aos movimentos do mercado, antecipando ciclos de alta e aproveitando janelas de oportunidade.
Valuation: preço sobre lucro e valor patrimonial
Na análise dos múltiplos, ambas aparecem com PL (Preço/Lucro) semelhante, mas com algumas diferenças cruciais:
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Preço/Valor Patrimonial (P/VPA): A Vale apresenta desconto mais atrativo, indicando maior margem de segurança.
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EV/EBITDA: Também favorável à Vale, mostrando melhor relação entre valor da empresa e geração operacional de caixa.
Já a CSN Mineração se destaca pela rentabilidade:
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ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido): 44% contra 15% da Vale.
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Margem líquida: Superior, refletindo modelo mais enxuto e eficiente.
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Dividend Yield: Acima de 12% nos últimos 12 meses, quase o dobro da Vale.
Dividendos: quem paga mais em 2025?
Ambas têm se destacado na distribuição de lucros, mas com abordagens diferentes:
Vale
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Já pagou mais da metade do valor distribuído em 2024 apenas no primeiro trimestre de 2025.
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Projeção de R$ 4,67 por ação em dividendos este ano.
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Dividend Yield atual em torno de 8% com possibilidade de crescimento, dada a retomada do lucro.
CSN Mineração
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Distribuiu quase 12% de dividend yield no último ano.
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Proventos recorrentes mesmo com ações de valor mais baixo, atraindo investidores que priorizam fluxo de caixa.
Famílias tradicionais do mercado, como os Barsi, inclusive aumentaram posição na mineradora menor justamente pelo potencial de proventos.
Atuação dos controladores e recompra de ações
O comportamento dos controladores também revela muito sobre a confiança na empresa.
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CSN Mineração fez recompra agressiva de ações entre agosto e outubro de 2024, o que impulsionou a valorização no período.
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Já a Vale adota recompra pulverizada, com compras frequentes e distribuídas ao longo do tempo, o que reduz a oferta de ações em circulação e atua como uma bonificação indireta aos acionistas.
Especulação e aluguel de ações: o que o mercado revela?
Na análise de ações alugadas, a situação se inverte:
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CSN Mineração tem baixo volume de ações alugadas, indicando pouco espaço para especulação de curto prazo.
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Vale registrou um salto recente no volume de ações alugadas, subindo de 1,6% para 5,5%, sinal de que vendedores a descoberto (short sellers) estão apostando em queda no curto prazo.
Além disso, enquanto o aluguel de ações da CSN Mineração já chegou a render taxas próximas de 90% ao ano, atualmente paga cerca de 4,6%, ainda interessante para quem deseja obter renda extra.
Painel de análise fundamentalista: o que dizem os indicadores?
Utilizando critérios clássicos como os de Benjamin Graham e Greenblatt, o cenário é o seguinte:
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CSN Mineração: Está cara, segundo ambos os métodos. O preço subiu demais em relação ao lucro e ao valor patrimonial. Potencial de valorização limitado no curto prazo.
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Vale: Aparece descontada pelo método Graham e com potencial de valorização de até 47% no médio prazo, mesmo sendo considerada um pouco cara por Greenblatt.
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