Trump inicia tarifas recíprocas em abril e aumenta tensão nos mercados globais

O mercado financeiro mundial inicia a semana em estado de alerta. A partir do dia 2 de abril, entram em vigor as tarifas recíprocas anunciadas pelo ex-presidente e pré-candidato Donald Trump, medida que promete reconfigurar as relações comerciais dos Estados Unidos com o restante do mundo. A nova política tarifária afetará todos os países que aplicam impostos sobre produtos americanos, acirrando o clima de retaliação comercial e abrindo margem para forte volatilidade nos mercados.

Entenda o que são as tarifas recíprocas de Trump

As tarifas recíprocas consistem em impor a mesma alíquota que os EUA enfrentam em determinado país ao exportar seus produtos. Ou seja, se um país taxa produtos americanos com 25%, os EUA aplicarão uma tarifa equivalente às importações daquele país.

O discurso de Trump, com foco protecionista, visa defender a indústria e os empregos nos Estados Unidos, mas levanta preocupações sobre represálias comerciais, especialmente de parceiros estratégicos como China, União Europeia e México. Especialistas temem que esse movimento dê início a uma nova guerra comercial global, semelhante à que ocorreu durante seu mandato anterior.

Volatilidade e cautela no radar do mercado financeiro

Com a aproximação da data de implementação das tarifas, o mercado global já começou a precificar os riscos. A expectativa é de aumento na volatilidade das bolsas de valores, commodities e moedas emergentes. Investidores se mostram cautelosos, e os analistas preveem reprecificação de ativos internacionais, principalmente em setores exportadores.

Além das tarifas, outro dado importante que influencia os mercados nesta semana é o payroll, o relatório de empregos dos EUA, que será divulgado nos próximos dias e pode alterar as expectativas para a política monetária do Federal Reserve.

Foco no Brasil: PIB e câmbio revisados para baixo

No cenário interno, o destaque vai para o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (1º), que trouxe revisões relevantes nas projeções econômicas para os próximos anos.

Queda nas estimativas de crescimento

A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 foi reduzida de 2,02% para 1,97%, enquanto a estimativa para 2026 caiu para 1,6%. A revisão reflete a preocupação com a desaceleração econômica global e o impacto potencial da nova política comercial dos EUA.

Dólar mais caro à frente

O câmbio também foi ajustado para cima. A expectativa do mercado é que o dólar feche 2025 cotado a R$ 5,92, com avanço para R$ 6,00 em 2026. Esse movimento está relacionado à fuga de capitais de mercados emergentes, aumento do risco global e possível deterioração da balança comercial brasileira.

Inflação e juros mantêm estabilidade

Apesar da deterioração nas expectativas de crescimento e câmbio, os indicadores de inflação e taxa Selic permanecem estáveis no Boletim Focus. A previsão do IPCA para 2025 foi mantida em 5,65%, com queda para 4,5% em 2026. Já a Selic deve terminar 2025 em 15% ao ano, recuando para 12,5% em 2026.

O cenário indica que o Banco Central brasileiro deverá manter uma postura conservadora, evitando cortes mais agressivos na taxa básica de juros no curto prazo.

Remédios devem ficar até 5% mais caros no Brasil

Outro destaque do noticiário econômico é o reajuste autorizado no teto de preços dos medicamentos, que pode chegar a 5,06% a partir desta segunda-feira (1º de abril). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e considera a inflação acumulada dos últimos 12 meses.

A medida, anunciada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), terá aplicação progressiva até março de 2026 e impacta diretamente o consumidor final, pressionando ainda mais o orçamento das famílias.

Impactos econômicos no curto e médio prazo

Para o investidor

  • A expectativa é de volatilidade elevada nos próximos dias, especialmente para quem investe em ações ou ativos expostos ao dólar.

  • Fundos cambiais e aplicações em dólar podem ganhar atratividade com a perspectiva de alta da moeda.

  • Exportadoras brasileiras podem sofrer com a menor demanda internacional caso o comércio global sofra retração.

Para o consumidor

  • Alta nos preços de medicamentos é uma preocupação imediata.

  • A desvalorização do real pode encarecer produtos importados e pressionar ainda mais a inflação no médio prazo.

Com a iminente implementação das tarifas recíprocas de Trump, o mercado entra em um novo ciclo de incertezas, que pode afetar diretamente a economia global e o Brasil. A redução das projeções de crescimento e o aumento nas expectativas para o dólar reforçam a cautela dos investidores. Em paralelo, a elevação dos preços dos medicamentos adiciona mais um fator de pressão ao consumidor.

Para os próximos meses, a combinação entre instabilidade política internacional, inflação persistente e juros elevados exigirá atenção redobrada por parte de governos, empresas e cidadãos.

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