Oi (OIBR3) se despede das redes de cobre e mira virada histórica

A operadora Oi (OIBR3) anunciou oficialmente o início da venda das redes de cobre que por décadas sustentaram o serviço de telefonia fixa no Brasil. A medida, parte essencial do seu plano de recuperação judicial, busca transformar os cabos antigos em recursos financeiros imediatos, enquanto a empresa tenta sair do prejuízo histórico que vem acumulando desde sua primeira recuperação judicial.

Marcelo Milech, presidente da Oi desde dezembro de 2023, destacou durante uma teleconferência com investidores no último dia 27 que, apesar de ainda não ter uma previsão clara sobre quanto a empresa poderá arrecadar, a operação é vista internamente como estratégica. A venda ocorre após a autorização da Anatel, permitindo que a Oi desligue e venda as redes obsoletas para economizar nos custos de manutenção.

Desmobilização estratégica

A venda das redes de cobre será feita em duas etapas principais:

  • Redes subterrâneas: Já negociadas com a Vital, antiga parceira da Oi, serão vendidas integralmente como sucata.
  • Redes aéreas: Permanecerão com a operadora e serão vendidas gradativamente, à medida que forem retiradas dos postes.

Embora Milech não tenha detalhado valores específicos, ele afirmou que os ganhos financeiros com a venda direta do cobre e a redução dos custos operacionais serão significativos para a recuperação financeira da Oi.

Incógnitas e desafios para a recuperação

Apesar da venda das redes, a teleconferência com investidores revelou que há grandes desafios pela frente, especialmente relacionados à arbitragem que pode definir o futuro financeiro da empresa. A Oi reivindica cerca de R$ 50 bilhões do governo federal em compensação pelos prejuízos acumulados devido à obrigatoriedade de manutenção da telefonia fixa, apesar da queda contínua no número de usuários.

Especialistas e analistas de mercado estão céticos sobre o valor total solicitado, mas qualquer avanço positivo nessa questão pode refletir fortemente no preço das ações.

O potencial imobiliário como fonte de caixa

Outra estratégia relevante que pode impulsionar a recuperação da empresa é a venda de imóveis que se tornaram ociosos com o desligamento das redes de cobre. São cerca de 7.000 unidades em todo o Brasil, variando desde terrenos rurais até prédios em regiões nobres das grandes cidades.

Ainda sem um valor geral fechado, o potencial desta operação também é alto e pode representar uma importante fonte adicional de recursos nos próximos meses.

OIBR3 no mercado: o que esperar agora?

As ações OIBR3 sofreram uma queda significativa de 16,54% após o anúncio, refletindo as incertezas do mercado sobre os próximos passos da empresa. Atualmente, a ação voltou para níveis próximos de R$ 1,06, sinalizando forte volatilidade.

No entanto, investidores atentos enxergam uma possível “repricing” dos papéis caso surjam notícias positivas relacionadas à arbitragem ou às vendas imobiliárias. Este padrão já foi observado em ativos semelhantes como Gafisa e Casas Bahia, que também passaram por quedas expressivas antes de registrar altas repentinas motivadas por boas notícias pontuais.

Estratégias para investidores

Especialistas apontam que, apesar da alta volatilidade, investidores com apetite para risco e confiança no potencial das arbitragens e dos ativos imobiliários podem aproveitar preços baixos para melhorar seu preço médio em OIBR3, desde que respeitem o gerenciamento de risco.

Para quem já está posicionado com preços médios altos, acompanhar atentamente as notícias relacionadas à arbitragem e vendas imobiliárias será crucial para decidir sobre novos aportes ou mesmo a manutenção das ações.

A Oi (OIBR3) enfrenta um momento decisivo em sua recuperação judicial. A venda das redes de cobre e dos imóveis pode trazer o capital necessário para fortalecer sua estrutura financeira, enquanto a arbitragem contra o governo federal permanece como uma grande incógnita com potencial de alterar drasticamente o cenário.

Investidores precisam estar atentos às movimentações, pois o mercado poderá reagir rapidamente a qualquer novidade positiva, proporcionando oportunidades significativas de valorização no curto e médio prazo.

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