FII BTHF11: vale a pena investir no fundo da BTG que mescla renda fixa, FIIs e ativos reais?

O fundo imobiliário BTHF11, da gestora BTG Pactual, tem chamado atenção dos investidores por aliar uma estratégia híbrida entre renda fixa e variável com uma política de distribuição agressiva de dividendos. Em fevereiro de 2025, o fundo pagou R$ 0,09 por cota, o que representa um dividend yield anualizado de 13% sobre o valor patrimonial — e até 16% sobre o preço de mercado, já que as cotas são negociadas com um deságio de quase 28%.

Mas será que vale a pena investir? A seguir, destrinchamos o relatório gerencial, a composição da carteira, o racional das operações e o preço teto estimado para saber se o risco compensa a possível rentabilidade.

O que é o BTHF11?

O BTHF11 é um fundo imobiliário do tipo “red fund”, ou seja, um FII com flexibilidade para investir tanto em renda fixa (CRIs e FIIs de papel) quanto em renda variável, incluindo ações do setor imobiliário.

Sua criação se deu a partir da fusão com o antigo BCFF11, fundo de fundos (FOF) da BTG, ganhando uma nova estratégia ativa e mais liberdade para operar. Hoje, o BTHF11 soma R$ 2 bilhões de patrimônio líquido, conta com mais de 331 mil cotistas e apresenta um dos maiores volumes médios de negociação da B3 entre os FIIs: R$ 5 milhões/dia.

Distribuição de dividendos e valorização

No mês de fevereiro, o fundo distribuiu R$ 0,09 por cota, mantendo a consistência dos pagamentos. Isso representa:

  • Yield de 13% ao ano sobre o valor patrimonial (R$ 8,30)

  • Yield de 16% ao ano sobre o valor de mercado (R$ 7,10)

Essa relação entre cotação e valor patrimonial revela um desconto de quase 28%, indicando uma possível oportunidade de valorização futura, caso o mercado reprecifique o ativo.

A carteira diversificada do BTHF11

A força do BTHF11 está em sua diversificação inteligente. A carteira do fundo atualmente é composta por 98 ativos, distribuídos da seguinte forma:

Por classe de ativos:

  • 52% em renda fixa (CRIs e FIIs de papel)

  • 29,8% em FIIs de tijolo

  • 17,8% em ativos reais (como imóveis físicos)

  • 2,75% em caixa

  • 0% em ações (posição encerrada em SYNE3)

Por segmento:

  • 24% Papel

  • 19% Corporativo

  • 17% Logística

  • 11% Shopping

  • 10% Hotelaria

  • 10% Outros

  • 7,6% Residencial

Apesar da exposição a hotelaria não agradar todos os investidores, ela representa apenas 10% da carteira. Em compensação, o fundo carrega participações em ativos premium como EZ Tower, Pátio Maceió, BTLG11, BTCR11, XPML11 e outros.

Operações táticas e ganhos expressivos

Um dos grandes diferenciais do BTHF11 é a possibilidade de realizar operações táticas em ações — algo que seu antecessor (BCFF11) não podia fazer. Em 2024, por exemplo, o fundo comprou ações da SYNE3 (Sim Proptech), aproveitando uma discrepância de preço antes da aquisição pela XP Malls.

Resultado? Uma taxa interna de retorno (TIR) de 63,4% nessa operação, com ganhos tanto pela valorização das ações quanto pela distribuição extraordinária de dividendos.

Rendimento dos CRIs: IPCA + 9,51% chama atenção

Na parcela de renda fixa, os CRIs representam 22,64% da carteira, com um retorno médio atrelado ao IPCA de 9,51% ao ano — um prêmio superior ao oferecido por títulos públicos como o Tesouro IPCA.

Indexadores:

  • 64% atrelado ao IPCA (média de IPCA + 9,51%)

  • 34% ao CDI (média de CDI + 3,18%)

  • 1,77% ao IGP-M (média de IGP-M + 14,48%)

Com 70% da duration acima de 4 anos, os CRIs oferecem proteção contra inflação e rentabilidade real atrativa no longo prazo.

Indicadores de rentabilidade e lucro

Apesar da rentabilidade acumulada desde o IPO ainda estar em -1,4%, o fundo mostra sinais de recuperação. Em janeiro e fevereiro de 2025, o lucro médio por cota foi de R$ 0,08, com distribuição integral aos cotistas.

Em fevereiro, o fundo teve:

  • Lucro líquido de R$ 20 milhões

  • Receita recorrente de R$ 2,49 milhões

  • Receita não recorrente de R$ 5,19 milhões

  • Despesas financeiras de R$ 1,97 milhão

O fundo também destacou operações táticas com prejuízo pontual, como ajustes em alguns FIIs, reforçando a gestão ativa.

Preço teto do BTHF11: até R$ 9,12

Com base nos resultados recentes e na média de lucros, o dividendo projetado do fundo gira em torno de R$ 0,91 por cota ao ano. A partir disso, o investidor pode calcular o preço teto desejado, dependendo do dividend yield mínimo que quer receber.

Exemplos de preço teto:

  • Para 10% de yield: R$ 9,12

  • Para 11%: R$ 8,29

  • Para 12%: R$ 7,60

Com a cotação atual em torno de R$ 7,37, o fundo ainda oferece uma margem de segurança de mais de 20%, caso o investidor busque um DY mínimo de 10%.

O post FII BTHF11: vale a pena investir no fundo da BTG que mescla renda fixa, FIIs e ativos reais? apareceu primeiro em O Petróleo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Review Your Cart
0
Add Coupon Code
Subtotal

 
Rolar para cima