O fundo imobiliário Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11) tem enfrentado meses de turbulências e fraca recuperação, deixando investidores inquietos diante da lentidão na resolução de seus problemas internos. Apesar de uma leve recuperação recente, com as cotas saindo do patamar dos R$ 60 e voltando a cerca de R$ 66, a situação ainda é delicada devido à política de retenção de dividendos e grandes prejuízos acumulados em diversos ativos.
Política controversa de retenção de dividendos
O fundo IRDM11 tem aplicado uma política irregular na retenção dos dividendos pagos aos investidores. Recentemente, distribuiu 80 centavos por cota, enquanto o resultado gerado foi de 85 centavos. Os 5 centavos retidos elevaram sua reserva para aproximadamente 53 centavos por cota, recurso esse que poderia ser utilizado para amenizar os impactos negativos dos ativos problemáticos.
A reserva acumulada pode parecer significativa à primeira vista, mas diante do tamanho do prejuízo em ativos específicos do fundo, como DEVA11, VVPR11 e HCTR11, o valor mostra-se insuficiente para resolver rapidamente os desafios enfrentados.
Impactos econômicos e desafios internos
Prejuízos acumulados são preocupantes
Atualmente, o prejuízo acumulado por cota do IRDM11 é de cerca de R$ 9,29, um aumento expressivo comparado aos R$ 8 registrados anteriormente. Esse montante inclui perdas substanciais em ativos considerados “tranqueiras” pelos investidores, como DEVA11, DFF11, HCTR11, TORD11, Versales, Serra Verde e VVPR11, responsáveis por prejuízos acumulados na ordem de aproximadamente R$ 7 por cota.
Dificuldades para recuperar ativos problemáticos
O fundo detém participações elevadas em ativos como DEVA11, com cerca de R$ 146 milhões investidos, o que tornou-se um grande problema após quedas acentuadas no valor destes ativos. Outros exemplos incluem o antigo XPP11 (agora VVPR11), cujo valor caiu drasticamente de R$ 80 para cerca de R$ 15 por cota, agravando ainda mais a situação financeira do fundo.
Soluções lentas versus soluções enérgicas
O fundo imobiliário IRDM11 tem optado por uma estratégia de resolução lenta e gradual, o que gera críticas entre investidores que defendem medidas mais drásticas e rápidas. Uma solução mais enérgica, por exemplo, poderia consistir em limitar os dividendos pagos a cerca de 70 centavos por cota e utilizar o excedente acumulado para resolver rapidamente os prejuízos maiores.
Uma simulação dessa estratégia mostra que, caso fosse adotada no último ano, a reserva acumulada poderia ter atingido até R$ 2 por cota, ajudando significativamente na resolução dos grandes prejuízos de forma mais efetiva.
Perspectivas futuras e reciclagem de carteira
Apesar dos problemas, o IRDM11 vem realizando uma reciclagem em sua carteira de ativos, migrando de operações com risco intermediário para mais operações consideradas de menor risco (High Grade), aproveitando o cenário atual de taxas elevadas para esse tipo de operação.
Contudo, há quatro meses o fundo não realiza negociações expressivas envolvendo fundos imobiliários, mantendo-se estagnado nesse aspecto. Investidores seguem atentos, pois a expectativa de uma recuperação imediata dos ativos mais problemáticos, como DEVA11 e VVPR11, é considerada baixa pelos especialistas do mercado.
Para investidores do IRDM11, a principal recomendação é cautela. O fundo tem potencial para recuperação gradual, especialmente com uma melhor gestão das reservas acumuladas e da carteira de ativos. No entanto, enquanto a administração não adotar estratégias mais eficazes e enérgicas para resolver os prejuízos internos, o fundo deve continuar enfrentando dificuldades e desafios significativos. A situação atual pede paciência e monitoramento constante por parte dos investidores.
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