A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo com US$ 11,6 trilhões sob gestão, está traçando um plano ousado para ampliar sua atuação no mercado brasileiro. Após anos concentrando esforços em fundos offshore e ETFs, a empresa agora mira os fundos de pensão locais como parte de sua nova estratégia de crescimento no país, que hoje detém cerca de R$ 2,9 trilhões em ativos no setor previdenciário.
Bruno Barino, country manager da BlackRock no Brasil desde outubro, revelou em entrevista à Bloomberg que a empresa já está em negociações com fundos de pensão brasileiros e considera contratar gestores locais para adaptar os serviços às demandas regulatórias e operacionais do país. “Não há como estar neste mercado e não fazer isso”, afirmou o executivo.
Apesar de operar no Brasil desde 2009 — quando adquiriu os fundos do Barclays Plc — a BlackRock manteve foco limitado nos ETFs, detendo 38% do mercado local desse tipo de produto, equivalente a R$ 46 bilhões. A empresa está em processo de lançamento de dois novos ETFs e prevê mais produtos até o fim do ano. No segmento de investimentos offshore, são cerca de US$ 17 bilhões aplicados por brasileiros, em um mercado estimado em US$ 300 bilhões.
No entanto, Barino destaca que esse modelo não garante crescimento sustentável no longo prazo. A aposta em fundos de pensão e serviços de consultoria locais surge como um caminho natural, sobretudo após a boa receptividade da consultoria offshore da BlackRock entre investidores institucionais em 2024 — ano marcado por forte valorização do dólar e aumento da busca por diversificação geográfica.
Outro foco da BlackRock no Brasil são os consultores de investimento independentes, impactados por novas regras da CVM que exigem maior transparência na cobrança de taxas. A gestora oferece soluções tecnológicas que ajudam esses profissionais a reduzir custos e gerir carteiras com mais eficiência.
Com uma equipe enxuta de apenas 28 colaboradores no país, Barino não descarta aquisições estratégicas para acelerar a expansão. Ele aponta o exemplo do México, onde a BlackRock adquiriu o negócio de gestão de ativos do Citigroup em 2018 e consolidou sua posição como líder local. Agora, segundo ele, chegou a vez de “destravar o Brasil”.
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