O Brasil se consolidou como um dos maiores mercados globais de criptomoedas, com mais brasileiros investindo em ativos digitais do que em ações ou títulos, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com a Paradigma Education. O estudo, encomendado pela gestora de fundos de criptomoedas Hashdex e pela exchange Coinbase, revelou que o número de investidores em criptomoedas já ultrapassa o de ações no país, com uma disparidade de 2,5 vezes a mais de investidores em criptoativos.
Criptomoedas ganham popularidade, mas riscos são evidentes
De acordo com a pesquisa, 45% dos brasileiros veem as criptomoedas como investimentos de alto risco, equiparando-os a ações, enquanto 30% os comparam com plataformas de apostas online, uma associação que preocupa especialistas em finanças. A alta volatilidade e a incerteza do mercado cripto são apontadas como fatores de risco para os investidores, especialmente quando comparadas a ativos mais tradicionais, como a poupança, que ainda é o investimento preferido de 52% dos brasileiros.
O Brasil como mercado promissor para criptomoedas
Cerca de 24 milhões de brasileiros afirmaram já ter investido em criptomoedas, com 15 milhões utilizando bancos para esse tipo de transação. A popularidade do Bitcoin é inegável, com 54% dos entrevistados afirmando ter ouvido falar da criptomoeda, embora outros ativos como Ether e Drex também comecem a ganhar destaque.
Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex, comentou que a pesquisa confirma o Brasil como um mercado emergente e promissor para criptoativos, mas ressaltou que é essencial continuar a educação financeira para que mais brasileiros possam entender e explorar o potencial desse mercado de maneira mais segura.
O que o futuro reserva para os investimentos em criptomoedas?
Com o aumento da conscientização sobre os benefícios e riscos das criptomoedas, a pesquisa apontou que 20% dos entrevistados consideram investir em ativos digitais nos próximos 24 meses, com destaque para a faixa etária de 16 a 24 anos, onde 42% demonstram interesse. Este público, mais jovem e conectado, vê as criptomoedas como uma forma de diversificação e até como reserva de valor a longo prazo.
Apesar dos dados positivos, especialistas como Paula Zogbi, da fintech Nomad, alertam para o risco de superexposição a ativos voláteis. A especialista destacou a necessidade de um equilíbrio nas carteiras de investimento, evitando a concentração excessiva em criptoativos, que podem ser influenciados por ciclos de notícias e volatilidade externa.
A desigualdade de gênero no mercado de criptomoedas
Um dado relevante do estudo é a disparidade de gênero entre os investidores de cripto no Brasil. Enquanto 67,3% dos investidores são homens, apenas 32,7% são mulheres, refletindo uma desigualdade que persiste no setor. Fábio Plein, da Coinbase, enfatizou que a educação financeira desempenha um papel fundamental na inclusão de mais mulheres no mercado de criptomoedas e na conscientização sobre as diversas formas de investimento digital.
A pesquisa, que entrevistou 2.007 pessoas em 113 cidades brasileiras, mostra um panorama de um mercado em crescente expansão, mas com desafios ligados ao entendimento dos produtos e à gestão de riscos.
Com a evolução do mercado e a maior adoção de criptomoedas, o Brasil se prepara para um futuro onde a educação e a conscientização sobre esses ativos digitais serão essenciais para a continuidade de sua popularização.
O post Criptomoedas superam ações no Brasil, mas riscos seguem altos, revela estudo apareceu primeiro em O Petróleo.