A mineradora Vale, uma das maiores exportadoras do país, promete seguir surpreendendo os investidores em 2025. Com lucro líquido de R$ 31,5 bilhões em 2024 e uma política de distribuição generosa, a companhia já distribuiu mais de R$ 20,3 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) referentes ao exercício anterior — um payout de 64%.
Além disso, projeções indicam que a Vale pode pagar até R$ 6,17 por ação ao longo de 2025, considerando tanto os dividendos regulares quanto a possibilidade de proventos extraordinários. O cenário é ainda mais atrativo com o anúncio da recompra de até 120 milhões de ações ON, que pode aumentar o valor distribuído por ação no futuro.
Lucro bilionário e payout generoso
Encerrando 2024 com um lucro líquido expressivo, a Vale distribuiu cerca de R$ 4,75 por ação em proventos (entre dividendos e JCP). A política da empresa determina um repasse mínimo de 25% do lucro líquido anual, mas historicamente, como no último exercício, esse percentual tem superado 60%.
Com base nas estimativas do BBI (Banco Bradesco BBI), a companhia poderá distribuir US$ 1,5 bilhão em dividendos regulares no segundo semestre de 2025, além de até US$ 1,7 bilhão em dividendos extraordinários, caso mantenha o forte fluxo de caixa livre.
Recompra de ações pode elevar valor por ação
A recompra de ações aprovada no início de 2025 deve ter efeito relevante. Com menos ações em circulação, os dividendos por papel aumentam proporcionalmente. Essa estratégia reforça o compromisso da empresa com a geração de valor para os acionistas, ao mesmo tempo em que reduz a diluição da base acionária.
A expectativa é de que, somando dividendos regulares e extraordinários, o valor total distribuído possa atingir R$ 18,3 bilhões, ou cerca de R$ 4,30 por ação, considerando o câmbio atual de R$ 5,73.
Somando esse valor aos R$ 2,14 já pagos em março de 2025, chega-se ao potencial de R$ 6,17 brutos por ação no ano. Caso parte desse montante venha na forma de JCP, haverá incidência de 15% de IR na fonte.
Câmbio e minério de ferro: ventos a favor
Dois fatores externos seguem favorecendo a companhia: o preço do minério de ferro e o câmbio. A tonelada do minério está cotada em torno de US$ 108, e a Vale recebe em dólar, o que maximiza sua receita diante de um real mais desvalorizado.
Além disso, o caixa da companhia é dolarizado, o que reduz a exposição a riscos cambiais e contribui para a estabilidade financeira. Com o dólar acima de R$ 5,70 e o minério sustentado acima de US$ 100, a empresa consegue manter margens sólidas.
Diversificação e estratégia internacional
A Vale continua avançando em operações fora do Brasil. A China representa hoje 50% da receita da companhia, seguida por Japão (9%) e Brasil (9%). As operações de níquel e cobre também estão no radar, com possível venda ou entrada de parceiros estratégicos.
Para 2025, a mineradora estuda uma revisão de sua alocação de capital, o que pode liberar ainda mais caixa e abrir espaço para dividendos extraordinários.
Política de dividendos e calendário
Tradicionalmente, a Vale realiza dois pagamentos de proventos por ano — um em março e outro em setembro. Neste ano, o pagamento de março já foi efetuado no valor de R$ 2,14 por ação. A expectativa agora se volta para setembro, com estimativa de novo pagamento na casa de R$ 4,30 por ação.
Além disso, os analistas seguem de olho em possíveis distribuições extras no final do ano, dependendo do desempenho operacional e do cenário macroeconômico global.
A Vale segue consolidada como uma das principais pagadoras de dividendos da bolsa brasileira. A política generosa, aliada a resultados robustos, gestão disciplinada e recompra de ações, cria um ambiente propício para quem busca renda passiva de qualidade no longo prazo.
Para o investidor, acompanhar os ciclos do minério de ferro, o comportamento do dólar e os relatórios trimestrais da companhia são ações fundamentais para entender os próximos passos da mineradora.
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