As taxas do Tesouro Direto voltaram a chamar atenção do mercado. Com os prefixados beirando os 15% ao ano e os títulos atrelados à inflação (IPCA+) se aproximando novamente de 8%, muitos investidores se perguntam: será que agora é a hora de encher o carrinho ou é preciso redobrar os cuidados? Neste artigo, vamos analisar os dados mais recentes, o cenário macroeconômico e as estratégias mais seguras para navegar nesse momento de alta volatilidade.
Rentabilidades históricas voltam ao radar dos investidores
No dia 25 de março, o título Tesouro Prefixado 2032 chegou à taxa de 14,75%, enquanto a versão com juros semestrais atingiu impressionantes 14,90%. Essa valorização, rara mesmo em momentos de crise, reacende o interesse por travar boas taxas no longo prazo.
Do lado da inflação, o Tesouro IPCA+ 2029 registrou 7,90% e, embora tenha recuado levemente para 7,81%, continua entre as taxas mais altas dos últimos anos. Já o IPCA+ 2050 exibe rentabilidade de 7,22%, considerada uma das melhores 25% taxas históricas (ou melhor quartil), o que indica um momento extremamente atrativo para quem pretende manter o título até o vencimento.
Entendendo os riscos: vale para todo mundo?
Antes de sair comprando, é preciso avaliar o seu perfil de investidor. As taxas estão, de fato, excelentes — mas somente para quem pode esperar. A marcação a mercado, que influencia o preço de venda dos títulos antes do vencimento, pode causar fortes oscilações negativas em períodos de instabilidade, assustando quem não está preparado.
Importante: títulos longos, como o IPCA+ 2050, são mais voláteis e indicados apenas para quem tem horizonte de longo prazo.
Prefixados: 14,75% ainda é bom negócio?
A resposta é: depende da sua estratégia. A taxa do Tesouro Prefixado 2032 é próxima do melhor histórico, ficando entre as taxas intermediárias mais altas já registradas. Para quem mantém o título até o vencimento, trata-se de uma excelente oportunidade de retorno fixo. No entanto, caso precise vender antes, oscilação de preços pode gerar prejuízo.
Comparando com o histórico do Tesouro Prefixado 2025, cujas melhores taxas foram de 12,53%, os 14,75% atuais mostram um momento único. Mas, como reforça o especialista Vinícius do canal Vin Invest, é fundamental não ignorar os riscos da marcação a mercado.
E a Selic, vai subir ainda mais?
O ambiente político e econômico segue incerto. Três dos maiores bancos do país divulgaram projeções sobre a taxa Selic:
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Itaú projeta Selic em 15,25% até o meio do ano;
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Bradesco também vê a taxa atingindo 15,25%, sugerindo aperto monetário adicional;
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Santander é ainda mais conservador e aposta em 15,50%.
Essas expectativas elevadas de juros são resposta à preocupação com a inflação desancorada e a necessidade de resfriar a economia. Se essas projeções se confirmarem, o cenário seguirá favorável à renda fixa por mais tempo.
Estratégia recomendada: diversificação e paciência
Com taxas tão altas, é natural pensar em investir pesado. No entanto, o cenário pede cautela estratégica:
Para quem busca longo prazo: os IPCA+ com vencimentos estendidos são ótimos para garantir uma aposentadoria com correção da inflação.
Para quem prefere taxa fixa: prefixados são atrativos, desde que o investidor aguente o sobe e desce da marcação a mercado e segure o título até o vencimento.
Para quem pensa em resgatar cedo: cuidado! A volatilidade pode fazer você vender com prejuízo, o que anula todo o benefício da alta taxa.
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