Vale a pena investir no CRAA11? Veja riscos, taxas e por que ele pode superar seus concorrentes

O fundo CRAA11, gerido pela Esparta Investimentos, vem chamando a atenção dos investidores ao apresentar um desempenho consistente e uma das carteiras mais ativas e diversificadas do universo dos FIAGROs. Com 100% de alocação, pagamentos mensais acima de 100% do CDI e uma gestão que movimenta dezenas de ativos por mês, o fundo se destaca — mas também levanta um ponto polêmico: suas altas taxas de administração e performance.

Panorama atual do CRAA11

Com a cota girando na casa dos R$ 90, o CRAA11 ainda está sendo negociado com um desconto significativo em relação ao seu valor patrimonial, atualmente em R$ 101,71. Isso representa uma janela de oportunidade, especialmente para quem acredita na consistência da distribuição mensal de R$ 1,10 por cota, o equivalente a 110% do CDI.

O fundo gerou, recentemente, um resultado de R$ 1,15 por cota, mantendo uma reserva acumulada de R$ 0,71, o que garante fôlego para manter os pagamentos mesmo em cenários menos favoráveis.

Gestão ativa e carteira diversificada: os grandes trunfos

A Esparta adota uma política agressiva de gestão ativa no CRAA11. Somente no último mês, o fundo realizou 65 movimentações diferentes, entre vendas e aquisições, girando cerca de 3% do seu patrimônio líquido. Essa movimentação é uma das razões pelas quais o fundo consegue entregar retornos superiores mesmo em comparação com fundos de maior risco.

Atualmente, o CRAA11 possui:

  • 97 ativos distintos

  • 26 segmentos diferentes

  • Nenhuma posição maior do que 3,7% do portfólio

  • Indexação mista: 63% atrelado ao CDI e 36% ao IPCA

Essa ampla diversificação oferece uma camada adicional de segurança ao cotista, especialmente no setor de CRAs, que pode apresentar maior risco em momentos de estresse de crédito.

Alocação total: fundo 100% investido

Outro ponto de destaque é a alocação total dos recursos. O fundo está praticamente sem caixa — com apenas 0,7% desinvestido — o que indica que todo o capital está trabalhando para gerar retorno.

O pass-through dos indexadores também merece atenção:

  • 73% do PL está exposto a CDI+

  • 36% do PL está em IPCA+

  • As taxas equivalentes são: CDI+2,1% e IPCA+9,2%

Essa estratégia de exposição híbrida ajuda o fundo a capturar movimentos distintos da economia, protegendo o investidor tanto da inflação quanto das oscilações da Selic.

Empresas de alta qualidade

Diferente de alguns FIAGROs que investem em empresas de menor porte ou produtores individuais, o CRAA11 concentra sua carteira em grandes empresas do setor agroindustrial. Isso reduz significativamente o risco de inadimplência e oferece maior previsibilidade para os fluxos de pagamentos.

Performance histórica

Desde o seu início, o CRAA11 acumula uma rentabilidade de 130% do CDI, um feito expressivo em comparação com pares da indústria. A política de distribuição também é clara: o fundo só distribui rendimentos quando o valor patrimonial está acima de R$ 100, reforçando o compromisso com a sustentabilidade dos pagamentos.

Mas nem tudo são flores: taxas elevadas chamam a atenção

Se por um lado o desempenho impressiona, por outro, as taxas cobradas pelo fundo preocupam os investidores mais atentos. O relatório mensal do SNAG evidenciou que o CRAA11 está entre os três FIAGROs mais caros da bolsa, com:

  • Taxa de administração de 1,15% ao ano

  • Taxa de performance de 20% sobre o que exceder o CDI+

Esse custo coloca o fundo no mesmo patamar de produtos de performance inferior, gerando um debate importante sobre a relação custo-benefício. Em um cenário ideal, muitos especialistas argumentam que o fundo deveria estar no grupo de FIAGROs sem taxa de performance, ou pelo menos com um custo mais competitivo.

O CRAA11 reúne diversas qualidades que agradam tanto investidores conservadores quanto os mais arrojados: distribuição recorrente e elevada, diversificação ampla, empresas sólidas na carteira e uma gestão ativa com histórico de resultados consistentes.

Por outro lado, o fundo cobra um preço alto por essas vantagens — literalmente. As taxas elevadas reduzem o retorno líquido ao investidor, especialmente no longo prazo.

Portanto, para quem busca segurança com retorno superior ao CDI, o CRAA11 continua sendo uma excelente opção. No entanto, é preciso estar ciente de que parte do retorno é absorvido pelas taxas de administração e performance.

O CRAA11 é um caso emblemático entre os FIAGROs: entrega resultados acima da média, mas cobra caro por isso. Para o investidor que valoriza gestão ativa, ampla diversificação e pagamentos consistentes, pode ser uma escolha sólida. Mas quem busca alternativas mais baratas talvez deva explorar outras opções no mercado.

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