O fundo de infraestrutura BINC11, gerido pelo Bradesco, está chamando atenção no mercado por oferecer uma combinação atrativa de retorno elevado, segurança na carteira de debêntures e vantagem fiscal. Apesar de ser um fundo relativamente novo — lançado em outubro de 2024 —, o Bradesco FI-Infra já mostra sinais promissores para investidores que buscam diversificação e rendimento isento de Imposto de Renda.
Com patrimônio de R$ 481 milhões e cotação no mercado secundário por volta de R$ 92, o fundo apresenta um desconto de cerca de 10% em relação ao valor patrimonial, o que eleva o yield anualizado para impressionantes 15,3%. Mas será que esse retorno é sustentável? E qual o nível de risco envolvido?
Panorama geral do fundo BINC11
Características principais
- Patrimônio líquido: R$ 481 milhões
- Cota patrimonial: R$ 101,48
- Cota de mercado: ~R$ 92,00
- Distribuição recente: R$ 1,30 por cota
- Rentabilidade anualizada: 15,3%
- Benchmark: CDI + 0,5% a CDI + 1,0%
- Taxa de administração: 0,90% a.a.
- Taxa de performance: Não há
- Liquidez diária: R$ 700 mil em média
- Número de cotistas: 6.700
O fundo realiza distribuições mensais, e até agora já foram pagas cinco, variando entre R$ 0,90 e R$ 1,30 por cota. A última, de R$ 1,30, equivale a aproximadamente CDI + 0,56% no patrimonial — porém, devido ao desconto na cota de mercado, o yield efetivo dispara.
Carteira de ativos: diversificação e qualidade
Alocação atual
Atualmente, o BINC11 está com 77% do patrimônio alocado em debêntures incentivadas, mantendo uma reserva em caixa significativa para novas oportunidades. O portfólio é composto por emissores sólidos e bem avaliados, com a maior parte dos ativos classificados como rating A ou superior.
Destaques da carteira
- Maior exposição individual:
- Techpar: 8,2%
- CAESA (Companhia de Águas e Esgoto do Amapá): 8,1% + 1,7% = ~10%
- Outros emissores relevantes:
- Tigre
- Cozan
- Bemol
- Águas do Rio
- Petrorio
- PicPay
A concentração dos ativos é relativamente bem distribuída, sem grandes riscos de exposição excessiva a um único emissor. Além disso, apenas duas operações não possuem rating — o restante conta com classificação de crédito sólida, indicando baixo risco de inadimplência.
Segmentos e estratégia do fundo
Setores com maior peso
- Saneamento: 23%
- Energia elétrica e gás
- Rodovias e mobilidade urbana
O fundo busca oportunidades em setores estratégicos da infraestrutura brasileira, com foco em operações com boas garantias e estrutura financeira robusta. Segundo o último relatório, o gestor está de olho em novas emissões — especialmente no setor rodoviário, que representou mais de 58% das captações do último mês, com destaque para Ecovias e Raposo Castelo.
Movimentações recentes
O fundo vendeu sua posição na Brava Energia após a convocação de uma assembleia que levantou dúvidas contratuais. A operação foi encerrada com ganho de capital, reforçando a estratégia ativa do gestor, que prioriza segurança e rentabilidade.
Vantagens competitivas do BINC11
- Isenção de IR nas distribuições e ganho de capital
Uma das grandes vantagens dos fundos de infraestrutura é a isenção de Imposto de Renda tanto nas distribuições mensais quanto no ganho de capital. Ou seja, ao vender cotas com lucro, o investidor não precisa pagar DARF — diferentemente dos fundos imobiliários, onde há cobrança de IR sobre o lucro na venda.
- Desconto atrativo na cota de mercado
Com cotação abaixo do valor patrimonial, o BINC11 oferece uma oportunidade de entrada com spread positivo de CDI + 3,07%, considerando o deságio atual. Esse nível de retorno líquido é raro entre ativos de renda fixa com perfil conservador.
- Gestão ativa e conservadora
Mesmo sendo um fundo novo, o BINC11 mostra um perfil de gestão prudente, atento à qualidade dos emissores e pronto para realizar lucros quando necessário. A manutenção de caixa permite aproveitar oportunidades no mercado primário, o que pode beneficiar os cotistas ao longo do tempo.
Riscos e observações importantes
Apesar das vantagens, o fundo alertou no relatório que poderá reduzir momentaneamente a distribuição abaixo da meta, para preservar o capital do portfólio. Isso não significa um problema estrutural, mas sim uma postura cautelosa da gestão frente ao atual cenário econômico e de crédito.
Além disso, o mercado de FI-Infras ainda está em fase de consolidação e amadurecimento no Brasil. Enquanto os FIIs já mostram recuperação das cotações, muitos fundos de infraestrutura ainda operam com deságio, o que pode representar tanto risco quanto oportunidade.
Vale a pena investir no Bradesco FI-Infra (BINC11)?
Se você busca um ativo isento de IR, com rentabilidade elevada e gestão ativa, o BINC11 pode ser uma ótima alternativa. O desconto sobre o valor patrimonial, aliado à qualidade da carteira e ao perfil conservador da gestão, torna o fundo atrativo mesmo para investidores mais cautelosos.
Contudo, é importante acompanhar os relatórios mensais e entender os movimentos do gestor. A diversificação com outros fundos de infraestrutura ou ativos de renda fixa pode ajudar a equilibrar o portfólio e diluir eventuais riscos.
O post BINC11 paga 15,3% ao ano isento de IR: o fundo infra do Bradesco que está no radar dos investidores apareceu primeiro em O Petróleo.