A gestão do fundo imobiliário GARE11 divulgou o aguardado relatório gerencial referente ao mês de janeiro de 2025. O documento, publicado em 13 de março, trouxe importantes esclarecimentos e revelou detalhes significativos sobre a recente operação envolvendo a venda do imóvel BRF Visa.
Venda do imóvel BRF Visa: lucro e redução de dívida
O fundo anunciou oficialmente a concretização da venda do imóvel BRF Visa por R$ 273 milhões. Essa operação permitiu ao GARE11 quitar uma dívida de aproximadamente R$ 145 milhões e ainda adicionou R$ 128 milhões em caixa disponível. O mais impressionante foi a taxa interna de retorno (TIR) dessa transação, que atingiu 28%, equivalendo a IPCA + 20,72%.
Essa movimentação estratégica aliviou consideravelmente a pressão financeira sobre o fundo, permitindo agora uma cobertura confortável das dívidas pelos próximos 10 anos sem necessidade imediata de novas emissões ou vendas adicionais.
Impactos no valor das cotas e dividendos
Em janeiro, o valor patrimonial da cota do GARE11 estava em R$ 9,22, com um preço de mercado de R$ 7,87, indicando ainda um potencial de valorização. Atualmente, o preço da cota já subiu para cerca de R$ 8,42, refletindo o otimismo do mercado após a divulgação das últimas movimentações.
No que se refere aos dividendos, a distribuição está mantida no patamar de R$ 0,83 por cota, dentro da faixa projetada pela gestão (entre R$ 0,83 e R$ 0,90), mostrando-se sustentável e alinhada com as previsões do fundo.
Gestão alavancada com responsabilidade
O relatório reforça o comprometimento da Guardian em utilizar a alavancagem com responsabilidade e eficiência. Com a venda do BRF Visa, a alavancagem do fundo diminuiu substancialmente, reforçando sua saúde financeira. A operação foi bem recebida pelo mercado justamente por mostrar a capacidade de realizar negócios rentáveis com gestão ativa e transparente.
Portfólio e perspectivas futuras
Atualmente, o fundo conta com 40 imóveis bem diversificados, incluindo operações importantes com o Carrefour (Atacadão), Grupo Mateus e outras grandes redes varejistas. Esse portfólio robusto permite que eventuais vendas isoladas não impactem significativamente a receita recorrente, oferecendo uma flexibilidade estratégica para futuras negociações.
Uma das questões ainda pendentes é o Fundo Artemis, que abriga parte considerável dos imóveis adquiridos na quinta emissão. Embora a transparência nesse aspecto precise ser melhorada pela gestão, não há indicativos concretos de problemas até o momento.
Ponto de atenção: transparência e comunicação
Apesar dos excelentes resultados financeiros, a recorrência nos atrasos da publicação dos relatórios é uma crítica constante entre investidores. Embora a justificativa recente — a concretização da venda do imóvel BRF Visa — tenha sido plausível, investidores continuam cobrando maior agilidade e comunicação frequente por parte da Guardian.
O relatório gerencial do GARE11 trouxe boas notícias para seus cotistas, principalmente devido à gestão estratégica de suas dívidas e ao fortalecimento financeiro proporcionado pela recente venda imobiliária. Mesmo com desafios pontuais, especialmente relacionados à transparência das operações no Fundo Artemis, o GARE11 permanece uma opção atrativa para investidores que buscam solidez e bons dividendos no mercado imobiliário.
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