CSN Mineração surpreende no 4T24: crescimento forte, custos controlados e dividendos em queda

A CSN Mineração (CMIN3) divulgou seu balanço do quarto trimestre de 2024, que trouxe resultados expressivos, incluindo crescimento na produção, redução de custos e forte geração de caixa. Entretanto, a queda no payout e a ausência de dividendos adicionais geraram incertezas entre os investidores.

No dia da divulgação, as ações da empresa subiram quase 9%, refletindo a aprovação do mercado ao desempenho financeiro da companhia. Vamos explorar os principais destaques do balanço e as projeções para o futuro.

Principais destaques do 4T24

1. Produção e custos controlados

  • A CSN Mineração alcançou seu maior volume de produção própria desde 2019.
  • A produção própria cresceu 1,4% em 2024, totalizando 42 milhões de toneladas (incluindo compras de terceiros).
  • O custo de extração (C1) foi mantido em US$ 18 por tonelada, um nível competitivo próximo ao da Vale.
  • Redução de 17% nos estoques devido à forte demanda chinesa.

2. Receita e rentabilidade

  • EBITDA do trimestre atingiu R$ 2 bilhões, crescendo 77% em relação ao 3T24.
  • Margem EBITDA ultrapassou 50%, um patamar robusto para o setor.
  • O preço realizado do minério caiu para US$ 61,7 por tonelada, refletindo a piora no preço global do minério de ferro.
  • Receita líquida caiu de R$ 17 bilhões para R$ 13 bilhões, impactada pelo menor preço do minério e custos de frete.

3. Lucro e geração de caixa

  • Lucro de R$ 4,5 bilhões em 2024, aumento de 27% em relação a 2023.
  • Fluxo de caixa ajustado positivo de R$ 202 milhões, mesmo com aumento de investimentos.
  • Endividamento extremamente controlado: caixa líquido de R$ 15,2 bilhões, superando a dívida total em R$ 4,6 bilhões.

4. Dividendos e payout: a surpresa negativa

Desde o IPO, a CSN Mineração vinha distribuindo dividendos agressivos, com um payout médio de 110%. No entanto, para 2024:

  • O payout caiu para 55%, frustrando investidores acostumados com distribuições mais generosas.
  • Foram anunciados R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP, sem previsão de proventos adicionais até o momento.
  • O dividend yield caiu para abaixo de 10%, o que pode impactar o apelo da ação para investidores de renda.

Perspectivas para 2025: o que esperar?

A CSN Mineração projeta um crescimento expressivo para os próximos anos, mas alguns desafios permanecem:

  • Investimentos massivos: A empresa prevê investir R$ 13,2 bilhões até 2030, o que pode comprometer a distribuição de dividendos no curto prazo.
  • Dependência do preço do minério: Se o minério de ferro cair significativamente, o mercado pode penalizar a ação.
  • Projeto P15: Previsto para começar a produzir no 4T27, pode impulsionar o EBITDA em até 70%, elevando a lucratividade no médio prazo.

Comparativo com a vale e outras mineradoras

Indicador CSN Mineração (CMIN3) Vale (VALE3) Bradespar (BRAP4)
P/L (Preço/Lucro) 14,7 7,5 5,8
Dividend Yield 8,8% 10% 12%
Margem EBITDA 50% 48% 45%
Endividamento Caixa líquido Baixo Baixo
Crescimento Produção (2024-2030) +50% +5%

Enquanto a CSN Mineração aposta em crescimento agressivo, a Vale mantém um perfil mais conservador, focado na eficiência de custos. Para investidores, a escolha entre as duas depende do apetite por risco e horizonte de investimento.

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