As recentes tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre a exportação de aço e alumínio do Brasil prometem mexer com o mercado de siderurgia e impactar diretamente grandes companhias da Bolsa de Valores, como Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e CBA (CBAV3). Diante desse novo cenário, investidores precisam estar atentos às oportunidades e desafios que essas empresas enfrentarão.
Impacto das Tarifas nas Empresas do Setor
A decisão do governo norte-americano de elevar as tarifas de importação de metais brasileiros gera preocupação entre os investidores, pois afeta diretamente a competitividade das empresas brasileiras no mercado externo. No entanto, os impactos variam conforme o perfil de atuação de cada companhia.
Usiminas (USIM5): Desafios no Mercado Nacional
A Usiminas, uma das principais siderúrgicas do Brasil, tem 88% de sua receita oriunda da siderurgia e apenas 12% da mineração e logística. No contexto global, 82% de suas vendas são realizadas dentro do Brasil, enquanto apenas 7% correspondem à América do Norte. Isso sugere que, embora o impacto das tarifas norte-americanas não seja tão significativo para a companhia, sua maior preocupação continua sendo o mercado interno, que enfrenta desafios econômicos.
Gerdau (GGBR4): Posicionamento Estratégico nos EUA
Diferente da Usiminas, a Gerdau possui um forte posicionamento na América do Norte, com 45% de sua receita gerada na região. A companhia está estrategicamente estruturada nos Estados Unidos, possuindo unidades produtivas no país, o que a isenta do impacto direto das tarifas de importação. Isso representa uma vantagem competitiva significativa, pois a menor entrada de aço importado nos EUA pode favorecer a demanda pelos produtos já fabricados localmente pela empresa.
CBA (CBAV3): Dependência do Mercado Interno
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) tem 95% de sua receita proveniente da venda de alumínio, sendo 87% concentrada no Brasil. Apenas 10% de suas exportações são destinadas à América do Norte, o que significa que as tarifas terão um impacto limitado nas suas operações. No entanto, com a economia brasileira enfrentando incertezas, a dependência do mercado interno pode ser um fator de risco.
CSN (CSNA3): Alternativas no Mercado Asiático e Europeu
A CSN tem 50% de sua receita advinda da siderurgia e 30% da mineração, somando um faturamento trimestral de quase R$ 11 bilhões. Seu mercado é bem diversificado, com 51% das vendas realizadas no Brasil, 32% na Ásia e 13% na Europa. Com as novas tarifas norte-americanas, a empresa pode ampliar suas exportações para o mercado asiático e europeu, mitigando os impactos das medidas protecionistas dos Estados Unidos.
Dividendos e Valuation: Qual Empresa Oferece Melhor Retorno?
Outro ponto relevante para os investidores é o pagamento de dividendos e os indicadores de valuation das empresas do setor:
- Gerdau (GGBR4): Dividend yield de 4,8%, P/L na casa de 7 e P/VP de 0,6.
- CSN (CSNA3): Dividend yield de 15% (o maior entre as empresas analisadas), P/L negativo devido aos resultados recentes e P/VP de 0,8.
- Usiminas (USIM5): P/L negativo e P/VP de 0,3, sugerindo um forte desconto sobre seu valor patrimonial.
- CBA (CBAV3): P/L negativo e P/VP de 0,8, sem pagamento de dividendos no momento.
Oportunidades e Riscos para os Investidores
As novas tarifas impõem desafios para as empresas do setor, mas também abrem espaço para estratégias diferenciadas:
- Gerdau é a mais protegida contra os impactos, por já atuar nos EUA.
- CSN pode redirecionar parte de sua exportação para a Ásia e Europa, reduzindo os impactos negativos.
- Usiminas enfrenta dificuldades no mercado nacional, e a nova tarifa pode agravar sua situação financeira.
- CBA pode buscar alternativas no mercado sul-americano e europeu para compensar a perda de competitividade nos EUA.
Qual Ação Tem Mais Potencial?
O setor de siderurgia e alumínio deve enfrentar um período de ajustes e volatilidade. Para os investidores que buscam empresas com maior resiliência e perspectivas de crescimento, a Gerdau (GGBR4) e a CSN (CSNA3) parecem estar em melhores posições estratégicas. Por outro lado, Usiminas (USIM5) e CBA (CBAV3) podem enfrentar desafios significativos, exigindo cautela por parte dos investidores.
Acompanharemos o desempenho dessas empresas ao longo de 2025 e traremos atualizações sobre o mercado de siderurgia. Fique ligado para mais análises e insights sobre o mercado financeiro!
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