O Fiagro OIAG11 (Fundo de Investimento nas Cadeias Agroindustriais) chama atenção no mercado por seu potencial e desafios, especialmente diante do cenário econômico atual. Com um patrimônio líquido próximo a R$ 90 milhões e cotas negociadas a cerca de R$ 0,75 (abaixo do valor patrimonial de R$ 9,85), o fundo apresenta riscos específicos que investidores devem considerar antes de tomar decisões.
Expectativas de pagamentos e rentabilidade
Atualmente, o OIAG11 distribui em média 10 centavos por cota mensalmente, mantendo uma reserva estratégica de cerca de 7 centavos por cota. Essa prática visa garantir estabilidade nas distribuições futuras, especialmente frente às variações da taxa Selic.
Em fevereiro de 2025, o fundo apresentou distribuição de 10,4 centavos, alicerçada principalmente por rendimentos provenientes da renda fixa, favorecida por sua reserva de caixa com liquidez diária (aproximadamente 18% do patrimônio).
O rendimento médio histórico segue o CDI + 3,7%, indicando um risco intermediário quando comparado a outros fiagros disponíveis no mercado.
Análise dos principais riscos
Baixa liquidez
Um ponto crítico do OIAG11 é sua baixa liquidez. Com pouco mais de 13 mil cotistas e volume médio diário negociado em torno de R$ 137 mil, investidores podem enfrentar dificuldades em liquidar suas posições rapidamente.
Concentração de crédito
Outra preocupação está relacionada à concentração em operações específicas. O maior risco individual atualmente está na operação com a Agro Connection, que totaliza cerca de 10% da carteira em duas séries (sênior e mezzanine). Além disso, atenção especial deve ser dada ao CRI Fiagril, que representa aproximadamente 1,2% do portfólio, mas tem histórico de volatilidade.
Conflitos de interesse: fator em foco
Um aspecto delicado do fundo OIAG11 envolve possíveis conflitos de interesse. O fundo investe diretamente em ativos geridos pela própria administradora, especificamente o fundo Fator. Embora esta seja uma prática comum no mercado, ela demanda monitoramento atento por parte dos investidores, já que conflitos desse tipo podem levar a decisões não totalmente alinhadas aos interesses dos cotistas.
Situação atual e evolução do patrimônio
O valor patrimonial do OIAG11 tem apresentado crescimento consistente, chegando a R$ 9,85 por cota, apesar de o mercado estar precificando as cotas abaixo desse valor. Esse descolamento sugere que o mercado ainda mantém receio quanto aos riscos operacionais ou à sustentabilidade das distribuições.
A composição atual do fundo inclui:
- 48% em CRAs;
- 9,5% em CRIs;
- 25% em cotas de outros fundos (inclusive o mencionado Fator);
- 18% em caixa de liquidez imediata.
A liquidez elevada no caixa abre espaço para possíveis aquisições estratégicas nos próximos meses, sobretudo em cenário de aumento da Selic.
Distribuições e perspectivas para 2025
Desde agosto de 2024, as distribuições mensais do OIAG11 têm se mantido estáveis em torno de 10 centavos, refletindo uma gestão prudente do fundo, focada na consistência mesmo em um ambiente econômico instável.
Com o atual cenário de alta de juros, as perspectivas são que o fundo mantenha sua política conservadora, ampliando ou mantendo reservas e garantindo, dessa forma, previsibilidade nas distribuições futuras.
Para investidores interessados no Fiagro OIAG11, é fundamental uma abordagem cautelosa. A gestão prudente é um ponto positivo, mas os riscos associados a conflitos de interesse, baixa liquidez e concentração merecem atenção especial.
Investidores devem acompanhar mensalmente relatórios gerenciais, monitorar especificamente as operações da Agro Connection e Fiagril, além de considerar a volatilidade histórica da cotação do fundo em relação ao seu valor patrimonial.
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