O fundo imobiliário MGHT11 enfrenta um momento decisivo em 2025, marcado por desafios financeiros significativos e pela expectativa da retomada das atividades hoteleiras. Após meses de prejuízos e reavaliações negativas envolvendo operações com Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), especialmente ligados à Celina, investidores acompanham atentamente cada movimentação do fundo.
Impactos financeiros e distribuições suspensas
Em janeiro de 2025, o MGHT11 registrou um prejuízo de aproximadamente R$ 888 mil, o equivalente a um impacto negativo de R$ 0,07 por cota. O pagamento das despesas foi realizado por meio da utilização da reserva de caixa, atualmente bastante reduzida, deixando o fundo em uma posição vulnerável.
Vale destacar que, em 2024, o fundo já havia interrompido temporariamente suas distribuições, medida essencial para preservar o caixa diante das dificuldades enfrentadas com os ativos imobiliários e os CRIs.
CRIs: reavaliações dramáticas e problemas com a Celina
Um dos maiores golpes financeiros sofridos pelo MGHT11 foi decorrente da remarcação drástica das operações de CRIs vinculadas à empresa Celina, que se encontra em recuperação judicial. O valor patrimonial desses CRIs, originalmente avaliado em R$ 60 milhões, foi ajustado para apenas R$ 9 milhões, representando uma perda expressiva que derrubou o valor patrimonial por cota para aproximadamente R$ 33,82.
Essa reavaliação ocorreu devido ao aumento significativo na provisão para devedores duvidosos (PDD), agora estabelecida em 85%. Com processos judiciais ainda em andamento, a recuperação total dos valores permanece incerta, podendo levar meses ou mesmo anos.
Vila Madalena: novo operador e expectativas renovadas
Para amenizar os danos e evitar maior deterioração, o fundo contratou, no final de fevereiro, um novo operador para o imóvel da Vila Madalena, após meses de inatividade desde a saída da Celina em dezembro de 2024. A contratação, de prazo indeterminado, transfere as despesas como IPTU e segurança para o novo operador, além de garantir obras emergenciais de manutenção e reparo, visando uma futura valorização e possível venda do ativo.
Hotel Búzios: operação estável e proveitosa
Ao contrário da Vila Madalena, o Hotel Búzios continuou operando mesmo durante a realização de obras emergenciais, aproveitando a alta temporada turística e mantendo uma receita positiva para o fundo. Esse contraste destaca a importância estratégica dos ativos imobiliários e o impacto direto na saúde financeira do MGHT11.
Cenários para distribuições futuras
Considerando o retorno à plena operação dos hotéis, as perspectivas para as distribuições futuras do MGHT11 podem melhorar. Analisando relatórios anteriores, é possível estimar uma receita média mensal de aproximadamente R$ 280 mil, sem considerar receitas provenientes dos CRIs.
Após descontadas despesas operacionais estimadas em torno de R$ 140 mil mensais, o fundo poderia gerar um resultado líquido aproximado de R$ 140 mil por mês, resultando numa distribuição potencial de cerca de R$ 0,13 por cota. Embora modesto, esse valor seria um avanço significativo em relação ao atual cenário negativo.
Desafios e estratégias de recuperação
Para assegurar uma recuperação sustentável, o MGHT11 precisa continuar adotando medidas prudentes, como a contenção das distribuições e gestão cautelosa do caixa. Investidores deverão acompanhar com atenção os próximos passos na recuperação judicial da Celina, que será decisiva para a recuperação financeira integral do fundo.
O momento atual do MGHT11 exige atenção redobrada dos investidores, mas também apresenta oportunidades, caso a gestão consiga contornar esses desafios e recolocar os ativos em plena operação, restabelecendo a confiança no mercado
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