Nos últimos meses, o cenário macroeconômico global tem sido marcado por uma inflação estagnada nos Estados Unidos e por uma desaceleração da atividade econômica. Esse fenômeno tem impacto direto nos mercados financeiros, especialmente nos ativos de risco e na política monetária de países emergentes como o Brasil.
Entre os fatores determinantes dessa dinâmica, destacam-se:
- Política de tarifas comerciais nos EUA, que eleva o risco global.
- Queda no DXY (Dollar Index), influenciando a valorização de moedas emergentes.
- Abertura da curva de juros americana, refletindo expectativas de inflação e crescimento estagnado.
- Oscilação dos preços das commodities, impactando o mercado brasileiro.
Impactos no mercado de ações e commodities
Bolsa brasileira: uma tendência de indecisão?
A Bolsa de Valores brasileira (Ibovespa) tem sido influenciada por dois movimentos contraditórios:
- Desvalorização do dólar, que em tese favoreceria mercados emergentes.
- Falta de crescimento econômico global, reduzindo o apetite por ativos de risco.
Os setores mais afetados incluem:
- Empresas de commodities: Com a desaceleração global, os preços das commodities podem sofrer pressão, afetando ações como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).
- Empresas de crescimento: A persistência de juros elevados limita o crescimento de startups e empresas de tecnologia.
- Empresas de valor: Grandes corporações com fluxo de caixa sólido, como Procter & Gamble e Unilever, estão se destacando globalmente.
Renda fixa: oportunidade histórica?
Com os juros reais no Brasil ainda elevados, a renda fixa segue atrativa para investidores que buscam segurança e rentabilidade. Títulos como CDBs pré-fixados e LCIs com vencimentos de médio e longo prazo apresentam rentabilidades superiores a 1% ao mês.
Destaques:
- Prefixados acima de 12% a.a.: Para quem acredita que a Selic permanecerá em queda moderada.
- IPCA+ para aposentadoria: Proteção contra inflação e estabilidade no longo prazo.
- Curva de juros fechando: Momento de capturar boas taxas antes que os cortes na Selic avancem.
Atenção ao calendário macroeconômico
Principais eventos econômicos para monitorar:
- Inflação dos EUA (CPI): Impacto direto sobre juros e dólar.
- Decisão do Copom: Direção da Selic e impacto na renda fixa.
- Relatórios de emprego e PIB: Sinais de desaceleração global podem reforçar mudanças na política monetária.
Estratégias de investimento para 2025
1. Diversificação global
Com os desafios macroeconômicos, investir no exterior pode ser uma estratégia eficiente. ETFs globais, como FWI e VT, permitem exposição a mercados desenvolvidos e emergentes.
2. Empresas de valor vs. empresas de crescimento
- Empresas de Valor: Se beneficiam de um cenário de crescimento mais lento e juros altos.
- Empresas de Crescimento: Dependem de uma queda consistente nos juros globais para retomarem força.
3. Opções de proteção: Hedge em ações e dólar
Em um ambiente de incerteza, proteções como compra de puts no Ibovespa e estratégias com hedge cambial podem ser alternativas interessantes.
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