Vale (VALE3) anuncia novos dividendos e programa de recompra, mas lucros despencam no 4T24

A Vale (VALE3) divulgou seus resultados financeiros do quarto trimestre de 2024, trazendo um misto de boas e más notícias para os investidores. A mineradora anunciou um novo dividendo de R$ 2,15 por ação, com data de corte em 7 de março e pagamento previsto para 14 de março. Além disso, também revelou um programa de recompra de 120 milhões de ações ordinárias, representando cerca de 2,65% do total em circulação.

No entanto, os resultados financeiros vieram abaixo das expectativas do mercado. A mineradora reportou um lucro de US$ 872 milhões, uma queda expressiva de 55% em relação à projeção de US$ 1,947 bilhão. A principal causa desse desempenho foi a queda no preço do minério de ferro e as provisões bilionárias para Brumadinho e Mariana.

Dividendos da Vale: Menores que o ano anterior, mas ainda atrativos

Os acionistas da Vale receberão um dividendo de R$ 2,15 por ação, um yield de 3,85%. Apesar de expressivo, o valor é menor do que os R$ 2,73 pagos em março de 2023. A queda se deve à desvalorização do minério de ferro, que impactou a receita da empresa.

Quem deseja receber R$ 1.000 em dividendos da Vale precisaria investir cerca de R$ 26.000 aos preços atuais. Isso mostra que, apesar das dificuldades, a mineradora ainda segue como uma das grandes pagadoras de dividendos da Bolsa.

Recompra de ações e perspectivas de valorização

A recompra de 120 milhões de ações pode beneficiar os investidores ao reduzir o número de papéis em circulação, aumentando o lucro por ação. A Vale acredita que suas ações estão subvalorizadas e que essa estratégia poderá trazer ganhos de capital no longo prazo.

Entretanto, a empresa enfrenta um período de altos desembolsos financeiros nos próximos anos, o que pode limitar a expansão de novos programas de recompra no curto prazo.

Resultados financeiros: queda na receita e impactos do minério de ferro

A receita da Vale caiu 22% no 4T24 em comparação ao mesmo período do ano anterior, principalmente devido à queda nos preços do minério de ferro. O EBITDA da empresa também sofreu impacto, registrando queda de 40% em relação ao 4T23.

Apesar disso, o endividamento permaneceu controlado, com uma leve alta de apenas 2% na dívida líquida expandida no comparativo anual. A empresa também destacou melhorias na eficiência operacional e redução do custo caixa para minimizar os impactos negativos no balanço.

Provisões bilionárias para Brumadinho e Mariana pressionam fluxo de caixa

A Vale continua arcando com os custos relacionados às tragédias de Brumadinho e Mariana. Em Brumadinho, a mineradora possui uma provisão total de US$ 7 bilhões para cobrir os desembolsos até 2035. Já no caso de Mariana, o impacto financeiro será maior entre 2025 e 2026, totalizando cerca de US$ 1,9 bilhão e US$ 900 milhões, respectivamente.

A expectativa da empresa é que, a partir de 2031, a Samarco consiga arcar integralmente com os custos de Mariana, reduzindo a pressão sobre o caixa da Vale.

Vale segue atrativa para o longo prazo?

Apesar do fraco desempenho no 4T24, a Vale segue com fundamentos sólidos e boas perspectivas de crescimento. Os investimentos em metais para transição energética, como níquel e cobre, podem diversificar sua receita no futuro.

No curto prazo, os investidores devem ficar atentos aos impactos do preço do minério de ferro e aos custos relacionados às indenizações de Brumadinho e Mariana. No entanto, a estratégia de recompra de ações e o histórico de pagamento de dividendos seguem sendo fatores positivos para quem busca uma posição na mineradora.

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