Bolsas globais recuam com tensões comerciais e incertezas inflacionárias; Ibovespa cai 0,65%

Os mercados globais operam em queda nesta quarta-feira (19), refletindo uma combinação de fatores que incluem ameaças de novas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos estrangeiros, preocupação com a inflação e incertezas sobre a política monetária dos bancos centrais. No Brasil, o Ibovespa segue o movimento e registra queda de 0,65%.

Trump reacende tensões comerciais

O ex-presidente Donald Trump voltou a prometer tarifas de 25% sobre automóveis e outros produtos estrangeiros caso retorne ao poder, o que gerou instabilidade nos mercados europeus e asiáticos. Analistas avaliam que a retórica protecionista pode impactar a relação comercial entre EUA, Europa e China, elevando a aversão ao risco.

Inflação global preocupa mercados

Indicadores recentes apontam que a inflação nos EUA, Reino Unido e Canadá veio acima do esperado. No Reino Unido, o índice de preços ao consumidor subiu para 3%, acima da expectativa de 2,8%, reforçando a necessidade de cautela do Banco da Inglaterra quanto a cortes de juros. Nos EUA, o PPI (preços ao produtor) surpreendeu negativamente, reforçando a pressão inflacionária.

Com isso, os bancos centrais podem ser obrigados a adotar uma postura mais conservadora na flexibilização monetária, adiando cortes de juros e afetando as expectativas do mercado.

Impactos na China e emergentes

Na China, medidas de estímulo econômico e flexibilização para fusões e aquisições buscam atrair investimentos. No entanto, preocupações com a crise imobiliária ainda pairam sobre o país, impactando a confiança dos investidores em emergentes.

O yuan chinês se recuperou após rumores de que os EUA podem renegociar acordos comerciais com Pequim para estimular os investimentos chineses no país. Esse fator ajudou a impulsionar commodities e mercados emergentes momentaneamente.

Ibovespa reflete cautela internacional

No Brasil, o Ibovespa acompanha a tendência global e registra queda de 0,65%. O real também sofre pressão, refletindo a força do dólar no exterior. Além disso, preocupações fiscais internas e incertezas políticas seguem no radar dos investidores.

Destaque também para o mercado de renda fixa. O Tesouro Nacional realizou um leilão robusto de títulos indexados à inflação, atraindo forte demanda, o que sugere um retorno gradual da confiança dos investidores em títulos de longo prazo.

Cenário político brasileiro pode agravar volatilidade

A instabilidade política no Brasil também segue no radar. Rumores sobre mudanças no Ministério da Saúde e a relação conturbada entre o governo e o centrão podem impactar a tramitação de projetos econômicos importantes no Congresso.

O aumento da tensão entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e a PGR também pode gerar novos desdobramentos no cenário político, afetando o humor do mercado.

Perspectivas para os próximos dias

Os investidores seguem atentos aos desdobramentos das políticas monetárias globais, às decisões do Federal Reserve e à dinâmica das commodities. O comportamento do dólar index (DXY) é apontado como um dos principais fatores que podem definir o rumo dos mercados emergentes.

No Brasil, a expectativa é de que o Banco Central mantenha sua postura firme no combate à inflação, enquanto o mercado monitora os impactos fiscais das decisões do governo. A continuidade da captação externa pelo Tesouro e empresas brasileiras também pode ser um fator positivo para o fluxo de capital no país.

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