Nos últimos dias, os investidores acompanharam um movimento atípico no mercado de ações da Raízen (RAIZ4). A taxa de aluguel da ação atingiu a impressionante marca de 30% ao ano, atraindo traders especulativos e investidores atentos a oportunidades de arbitragem. Mas, por trás desse número expressivo, estão fatores como a alavancagem da empresa, oscilações do dólar e incertezas macroeconômicas.
Desempenho das ações: oscilação e pessimismo do mercado
Nos últimos 12 meses, RAIZ4 apresentou uma desvalorização expressiva de quase 55%, refletindo a instabilidade que ronda o setor. Apesar disso, houve uma leve recuperação nos últimos dias, impulsionada pela alta demanda no aluguel das ações.
A empresa, que tem Shell e Cosan como controladoras, está entre as maiores da B3, com receita bilionária. Entretanto, sua estrutura de capital intensiva em dívidas e os desafios do setor energético têm levantado dúvidas entre os analistas.
A alavancagem e a alta da Selic pressionam os resultados
Um dos fatores que mais preocupa os investidores é a alta alavancagem da Raízen. Atualmente, a companhia tem uma dívida bruta de aproximadamente R$ 50 bilhões, sendo 65% desse montante atrelado a moedas estrangeiras. Com a alta do dólar, que já subiu mais de 25% desde 2024, a pressão financeira sobre a empresa se intensificou.
Além disso, a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, pode chegar a 15% nos próximos meses, tornando o custo da dívida ainda maior. Esse cenário reduz a capacidade da empresa de investir em expansão e melhora de margens, comprometendo suas projeções de lucro no curto prazo.
Divergências entre os analistas: vale a pena investir?
As opiniões dos analistas sobre a Raízen estão bastante divididas. Enquanto o Safra projeta um prejuízo bilionário para a empresa, bancos como XP Investimentos enxergam um cenário mais otimista, prevendo “lucros decentes” e boas margens no setor de energia renovável.
A Cit reduziu sua projeção de preço-alvo para RAIZ4 de R$ 4,50 para R$ 3,50, citando:
- Margens mais baixas na distribuição de combustíveis;
- Redução na previsão de moagem de cana-de-açúcar;
- Impacto da alta da Selic sobre a dívida.
Por outro lado, investidores estrangeiros têm aumentado suas participações na companhia, levantando questões sobre uma possível reviravolta na empresa nos próximos anos.
Oportunidade no aluguel de ações?
Com o aumento na demanda por aluguel de RAIZ4, muitos investidores estão aproveitando para obter rendimentos extras. A taxa de 30% ao ano significa que, mesmo com a volatilidade das ações, investidores que mantêm os papéis em carteira podem ganhar retornos consideráveis através do aluguel.
Considerando a incidência de impostos e taxas, o lucro líquido pode chegar a aproximadamente 15% ao ano, somado aos dividendos pagos pela empresa, que giram em torno de 6% ao ano. Isso pode resultar em um retorno total superior a 20% para investidores que mantêm posições alugadas.
Um investimento de risco com potencial de ganho
A Raízen enfrenta um momento delicado no mercado, com sua estrutura de capital pressionada por juros altos e um dólar valorizado. No entanto, os altos rendimentos no aluguel das ações podem oferecer uma estratégia interessante para investidores que desejam aproveitar a volatilidade do papel.
Para quem busca exposição no setor de energia e biocombustíveis, é fundamental analisar os riscos antes de investir. A incerteza sobre o desempenho futuro da empresa continua grande, mas, para especuladores e investidores que sabem aproveitar oscilações, RAIZ4 pode representar uma oportunidade no curto prazo.
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