93% do mercado rejeita política econômica de Lula e vê rumores errados na condução do país

Uma nova pesquisa realizada pelo instituto Quest apontou um índice alarmante de insatisfação com a política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva entre agentes do mercado financeiro: 93% dos entrevistados acreditam que o país não há rumores errados. Apesar da melhora em relação aos 90% registrados em dezembro de 2024, a percepção negativa permanece dominante, alimentando incertezas no cenário econômico.

Segundo Felipe Nunes, diretor da Quest, a culpa pela condução da economia recai diretamente sobre o presidente Lula. “O mercado atribui a toda a responsabilidade ao chefe do Executivo, por considerá-lo o principal responsável pela orientação política e econômica do país”, afirmou o pesquisador.

A desaprovação da política econômica atual parece estar enraizada não apenas em indicadores objetivos, mas também em fatores ideológicos. Em participação no programa CNN WOL , o colunista econômico José Paulo Kupfer criticou a visão da pesquisa, comparando-a a um enquete entre torcedores do Flamengo sobre o desempenho do Fluminense. “Os economistas de Faria Lima têm uma visão econômica clássica, ortodoxa e política muito clara. Eles não querem o Lula no governo”, comentou Kupfer.

Ainda assim, o levantamento ecológico preocupa reais do mercado quanto ao equilíbrio fiscal. O recebimento de uma possível crise fiscal, impulsionada por políticas de aumento de gastos públicos, tem impactado o comportamento dos investidores, mesmo com sinais positivos como crescimento do PIB, avanço do emprego e controle da inflação.

Apesar do discurso de descontrole, o governo adotou medidas de contenção fiscal. Em 2023, os gastos foram significativamente contidos, e a expectativa é de continuidade desse ajuste em 2024 e 2025. A criação do novo arcabouço fiscal pelo ministro Fernando Haddad, inclusive, chegou a alguma conquista no mercado em momentos anteriores, embora isso não se reflita mais nos índices de aprovação.

Nesta terça-feira (25), o mercado também voltou suas atenções para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve elevar a taxa Selic em mais um ponto percentual, atingindo o maior nível desde 2016 um reflexo direto da tentativa do Banco Central de conter pressões inflacionárias num cenário de crescimento econômico aquecido. A taxa básica pode chegar a 15%, em meio a comparações com os anos críticos do governo Dilma Rousseff.

Kupfer, no entanto, acredita que essa política de juros altos está com os dias contados. “O ciclo de alta da Selic pode ser interrompido ainda no segundo semestre, com a economia já mostrando sinais claros de desaceleração”, disse. O governo revisou sua estimativa de crescimento do PIB em 2025 para 2,3%, abaixo dos 3% registrados nos últimos dois anos, o que reforça o argumento de que os efeitos do acordo já estão sendo sentidos.

Em paralelo, o dólar comercial caiu 0,25% nesta manhã, cotado para R$ 5,65, enquanto o Ibovespa subia 1%, diminuindo que o mercado já precificou a decisão do Copom. O Banco Central anunciou duas intervenções no câmbio para fornecer liquidez e conter movimentos especulativos diante das incertezas políticas e econômicas, internas e externas incluindo o cenário eleitoral norte-americano, com a possível volta de Donald Trump.

A divulgação política econômica de Lula entre os agentes financeiros deixa claro que, além dos números, existe um debate ideológico em curso. Enquanto isso, a economia brasileira segue tentando manter o equilíbrio entre crescimento sustentável, controle inflacionário e responsabilidade fiscal sob intensa vigilância da Faria Lima.

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